Lucas C. Lisboa
Qual beijo tem melhor ânsia?
Que mãos tem maior ganância?
Tanto faz o gosto e calor;
basta paladar, ardor.
Publicação em destaque
Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
domingo, 24 de junho de 2007
terça-feira, 12 de junho de 2007
após
Lucas C. Lisboa
Aconteceu, porém o que há de se fazer?
para que, porque ou por onde passa?
num ato não há muito o que perder
além da típica e própria desgraça
Tantos desejos, para que se querer?
falhas e erros por tudo que se faça!
num segundo, inexistência do ser;
uma lágrima desce, o clamor passa.
ambíguo, indefinido e aberto
um vazio que sangra e evidência
Lúcido? Talvez estivesse certo
Viver nem sequer mais um dia
Não dou adeus pois nunca estive perto
mas, pelos deuses! como eu queria...
Aconteceu, porém o que há de se fazer?
para que, porque ou por onde passa?
num ato não há muito o que perder
além da típica e própria desgraça
Tantos desejos, para que se querer?
falhas e erros por tudo que se faça!
num segundo, inexistência do ser;
uma lágrima desce, o clamor passa.
ambíguo, indefinido e aberto
um vazio que sangra e evidência
Lúcido? Talvez estivesse certo
Viver nem sequer mais um dia
Não dou adeus pois nunca estive perto
mas, pelos deuses! como eu queria...
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Em versos
Lucas C. Lisboa
A prostituta poetisa em cada noite uma personagem encarnava: Nas de lua cheia era vinda das brumas de nome Morgana... N'outra nos seus devaneios e se fazia de Tróia Helena, se numa noite era nas areias do Egito a Cleopatra rainha. Por oras submissa tal domada Catarina... Mas, às vezes, com tantos homens aos seus pés, se sentia czarina. Mas só quando chegava em casa e co’a caneta e papel à mão já tinha podia, enfim, ser quem mais e sempre almejava: Florbela.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Com afeto
Lucas C. Lisboa
Toda languida, o beija com ternura,
tanta que, apaixonada, sequer
percebe que a faca, em suas mãos,
roça suave a pele do amado...
Toda languida, o beija com ternura,
tanta que, apaixonada, sequer
percebe que a faca, em suas mãos,
roça suave a pele do amado...
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Por um par de asas
Lucas C. Lisboa
Ela era sim delicada como uma nuvem e de uma gentileza inocente que mal nenhum jamais faria. Como se não bastasse encantava também aos olhos sendo, pois sim angelicalmente bela. Mas, por um incomodo que não sabia bem de onde vinha, sentiu que ela não era ainda tudo que poderia ser.
Era uma manhã bem fria, saiu cedo para comprar o que necessitaria para realizar o seu plano. Demorou-se um tanto, ainda tinha dúvidas... Pois resolvido estava que não o faria caso ela acordada já estivesse quando voltasse.
Mas não, quando voltou para casa, lá estava ela ainda ressonando num sonho talvez mais que puro... E deitada de bruços, exatamente como ele há tanto imaginava. Sem sombra de dúvida era um sinal.
Sentou-se ao seu lado e gentilmente lhe amarrou as mãos à cabeceira da cama. Afinal, ele não iria querer que ela se debatesse e assim, por desventura, se ferisse. Ela nem se moveu, apenas suspirou bem baixinho, também esperava por aquele dia.
Primeiro como preparo derramou conhaque sobre seu dorso e com todo cuidado massageou. Quando secou, pegou enfim o guarda-chuva que comprara e dele retirara duas hastes. Com todo cuidado introduziu uma em cada omoplata e costurou pena a pena até que as novas asas ficassem firmes e alinhadas.
Terminado sentiu-se satisfeito podia, finalmente, com propriedade e certeza, chamá-la de "Meu Anjo"... E ela sorria complacente.
Era uma manhã bem fria, saiu cedo para comprar o que necessitaria para realizar o seu plano. Demorou-se um tanto, ainda tinha dúvidas... Pois resolvido estava que não o faria caso ela acordada já estivesse quando voltasse.
Mas não, quando voltou para casa, lá estava ela ainda ressonando num sonho talvez mais que puro... E deitada de bruços, exatamente como ele há tanto imaginava. Sem sombra de dúvida era um sinal.
Sentou-se ao seu lado e gentilmente lhe amarrou as mãos à cabeceira da cama. Afinal, ele não iria querer que ela se debatesse e assim, por desventura, se ferisse. Ela nem se moveu, apenas suspirou bem baixinho, também esperava por aquele dia.
Primeiro como preparo derramou conhaque sobre seu dorso e com todo cuidado massageou. Quando secou, pegou enfim o guarda-chuva que comprara e dele retirara duas hastes. Com todo cuidado introduziu uma em cada omoplata e costurou pena a pena até que as novas asas ficassem firmes e alinhadas.
Terminado sentiu-se satisfeito podia, finalmente, com propriedade e certeza, chamá-la de "Meu Anjo"... E ela sorria complacente.
Subscrever:
Mensagens (Atom)