O gosto do meu próprio sangue sangrando
calmamente a dor verdadeira esvaindo
Faz tempo, muito tempo...
Mas hoje preciso senti-lo,
Sentir que ainda estou vivo!
Sentir na pele o que me rasga por dentro.
Hoje é dia de sentir.
Sentir tudo que há de mais terrível.
Para que eu possa me esquecer
esquecer de mim mesmo.
Esquecer que existo.
Pois me venham as laminas, os ácidos,
velas, torturas e loucuras.
Se nada opera efeito,
operar-me-ei cada defeito.
Fatais, fatais vaticinios,
frutos desses meus desatinos,
de meus sonhos irrealizados,
de meus porões mal assombrados.
Cercado, por todos os lados...
Será defeito?
Talvez só tenha me restado
um único jeito...
De tornar-me perfeito.
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