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Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
quinta-feira, 27 de março de 2008
Conto de Fadas
Carrego uma flor entre os dentes
Para saltar a sua janela
de minha doce cinderela
presa na torre por correntes
Algemada fica tão bela
encanta sábios e videntes
aguça os desejos ardentes
coberta co'a cera de vela
Atiça as formas nada esquálidas
os meus ardorosos carinhos
Adorna-lhe as lágrimas cálidas
entre os seios a rosa de espinhos
Ela, rainha das minhas fadas
no calabouço do meu ninho
segunda-feira, 24 de março de 2008
Seriado
minha vida é reprisada
como na televisão
o canal não muda nada
é a mesma programação
quinta-feira, 20 de março de 2008
Enlace perfeito
Caros Augusto e Florbela
são meu par mais que perfeito
para os quais eu não aceito
qualquer que seja a querela
quarta-feira, 19 de março de 2008
O Ritmo
O ritmo é um dos elementos fundamentais para a eufonia (eu=verdadeiro/belo/certo, fonia=som) de um poema. Na poesia clássica o ritmo se "afina" a partir de duas características simples: o metro e a tonicidade.
O metro define de forma geral o tempo dos versos, é através dele que se têm os intervalos regulares de um poema, seria o ritmo geral que se mantém ao longo de todo o poema.
Entende-se por metro o número de sílabas fonéticas de um verso contadas até a última tônica. A sílaba poética (ou fonética) se distingue da sílaba gramatical por se basear não nas regras gramaticais, mas no som das palavras.
Cada sílaba poética corresponde a um som, por isso, ocorrem distinções da gramatical, podendo ocorrer o fenômeno da Elisão quando sílabas, gramaticalmente diferentes, se tornam um mesmo som ou o caso da separação de uma mesma sílaba gramatical em mais de uma sílaba poética por formar mais de um som distinto.
Já a regularidade tônica de um poema, que é definida pela alternância entre as tônicas e as átonas, define o ritmo específico do verso.
Na língua portuguesa o metro prepondera sobre a regularidade tônica. Servindo como auxiliar na hora de definir o poema como de ritmo ascendente (quando o verso começa com sílaba átona) ou descendente (quando o verso começa com silaba tônica).
Exemplo:
EUEu/sou_a/ pe/na/do/po/eta (7 silabas fônicas)
sou/um/tor/to_em/li/nha/reta (7 silabas fônicas)
Sou/chi/co/te/ do/ca/rrasco (7 silabas fônicas)
Sou/ pra/zer/ en/quan/to_um/asco (7 silabas fônicas)
No exemplo acima temos uma trova de metro heptassílabo, pode-se notar a contagem silábica até a última silaba tônica. No primeiro verso vemos tanto o caso da elisão em: “/sou_a/” e também um caso de separação de uma silaba gramatical em duas fonéticas em: “/ po/eta”.Todos os versos são de tonalidade ascendente como se pode perceber pelo negrito que marca as tônicas.
sexta-feira, 7 de março de 2008
meu anjo
eu lhe escrevo este poema
com uma formosa pena
d'um cativo anjo arrancada
que jaz em minha morada
e não há culpa q'eu tema
nem tenho nenhuma pena
da sua asa delicada
pelos versos depenada
suas lágrimas são a tinta
que mancham o meu papel
Seu copioso pranto encanta
tal canto de menestrel
Sua tristeza faz q'eu sinta
um gostoso drink de fel