Lucas C. Lisboa
O sabor adocicado,
eu tenho e jamais o nego!
Mas ele está bem guardado:
oculto pelo meu ego...
Sei até o que faço errado:
ao mau hábito me apego.
Tendo o corpo maltratado
se de raiva fica cego...
Eu até gosto de espinhos,
pois realçam o perfume
da flor que traz para mim.
Eu me dou bem com carinhos:
do punhal de fino gume
vindo a me cortar enfim!
Publicação em destaque
Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Terror no Play
Lucas C. Lisboa
Menina zumbi tão terrível
tem uma fome animal
se antes era mordível
agora a sua é mortal!
Uma nina tão sensível
virou um bicho do mal
devora a barriga incrível
com tripas e visceral
Devora tudo num segundo
com sua pequena boquinha
roendo ossos toda vida
Ao ver um mendigo imundo
ela come bem bonitinha
sangrenta e apodrecida
Menina zumbi tão terrível
tem uma fome animal
se antes era mordível
agora a sua é mortal!
Uma nina tão sensível
virou um bicho do mal
devora a barriga incrível
com tripas e visceral
Devora tudo num segundo
com sua pequena boquinha
roendo ossos toda vida
Ao ver um mendigo imundo
ela come bem bonitinha
sangrenta e apodrecida
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Donzela de Ferro
Lucas C. lisboa
A fria Donzela de Ferro
teve sua doce vingança
ao me cravar um eterno
espinho com ar de criança
A fria Donzela de Ferro
no seu abraçar avança
mias carnes até o inferno
que tortura e não se cansa
Sou monstro vil que pune
tão bestial, impensado
pior que verme ou rato!
Mas está sob o seu gume
algo bem mais engendrado
é maldade em puro ato!
A fria Donzela de Ferro
teve sua doce vingança
ao me cravar um eterno
espinho com ar de criança
A fria Donzela de Ferro
no seu abraçar avança
mias carnes até o inferno
que tortura e não se cansa
Sou monstro vil que pune
tão bestial, impensado
pior que verme ou rato!
Mas está sob o seu gume
algo bem mais engendrado
é maldade em puro ato!
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Depois da aula
Lucas C. Lisboa
A doce mocinha
morrendo de medo
no parque sozinha
esconde um segredo
Espera prontinha
por seu namorado
co'a pele branquinha
e olhar abaixado
balança e se aninha
num riso calado
co'a face quentinha
e lábio molhado
Seu segredo vinha
num moço malvado
que lhe fez putinha
de muito bom grado
A doce mocinha
morrendo de medo
no parque sozinha
esconde um segredo
Espera prontinha
por seu namorado
co'a pele branquinha
e olhar abaixado
balança e se aninha
num riso calado
co'a face quentinha
e lábio molhado
Seu segredo vinha
num moço malvado
que lhe fez putinha
de muito bom grado
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Terça-feira
Lucas C. Lisboa
Dia longo absurdo maldito infernal
De fato sou culpado pra tanto mal?
Se fosse, ao menos, teria uma paz
No prazer do mal feito que me apraz
Sei que não sou perfeito ou igual
ao principe de um conto de natal
Nem venho co'as boas novas que ele traz
e o fogo comigo se liquefaz
Eu só queria uma princesa rota
para dançar comigo toda valsa
mesmo que de nota desafinada
Eu só queria ter só mais uma gota
de chumbo derretido para a falsa
verdade que me faz alma penada
Dia longo absurdo maldito infernal
De fato sou culpado pra tanto mal?
Se fosse, ao menos, teria uma paz
No prazer do mal feito que me apraz
Sei que não sou perfeito ou igual
ao principe de um conto de natal
Nem venho co'as boas novas que ele traz
e o fogo comigo se liquefaz
Eu só queria uma princesa rota
para dançar comigo toda valsa
mesmo que de nota desafinada
Eu só queria ter só mais uma gota
de chumbo derretido para a falsa
verdade que me faz alma penada
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Tentáculos atacam
Lucas C. Lisboa
Tentáculos e Correntes
tomaram o Colegial
são cem Jovens inocentes
gozando via Anal
Monstros e Aliens indecentes
pevertendo sem igual
Mestres de malvadas mentes
na nova Escola Sexual
com a Diretora enrabando
o velho do Zelador
e a Professora chupando
o dedão do Professor
Tudo que vão aprender
é Trepar até morrer
Tentáculos e Correntes
tomaram o Colegial
são cem Jovens inocentes
gozando via Anal
Monstros e Aliens indecentes
pevertendo sem igual
Mestres de malvadas mentes
na nova Escola Sexual
com a Diretora enrabando
o velho do Zelador
e a Professora chupando
o dedão do Professor
Tudo que vão aprender
é Trepar até morrer
Notas de página (Rascunho
Da terceira estante na quarta prateleira encontrou o livro que vinha procurando depois de ouvi-lo mencionando numa mesa de botequim, na mesa vizinha dois amigos discutiam, terrivelmente, sobre qual seria o exacto valor do verso medido e o que ele teria de tão melhor que a liberdade do verso livre. Não teve coragem de perguntar directamente para aquele par da mesa cada um deles batia tão fortemente o pé no que acreditava que imaginou que morderiam qualquer inocente leigo que lhes atravessassem o caminho. Entre as tantas páginas densas, herméticas e por vezes incompreensíveis uma anotação continha uma ideia deveras pertinente ao difícil tema do qual tratava aquele tratado.
Um elogio, a quem tivesse sua autoria, pessoalmente seria impossível. Porém, tal elogio fizera-se indispensável ao novo leitor. Que, encantando pela bela e feminina grafia, deixou seu recado docemente elogioso logo abaixo das linhas cursivas que se tracejavam ao lado do corpo tipográfico. Seu elogio nao era nada menos do que uma quadra de versos em redondilha que o leitor aprendera justamente pelas anotações que a glosadora fizera.Ele pretendia ficar mais tempo com o livro mas num lapso esqueceu-se de renová-lo e quando o devolveu a biblioteca para pegá-lo noutro dia não o encontrou.
Alguém o havia pego e esse alguém era ela. Já fazia alguns anos que brigava em meio as letras, palavras, ritmos e sons da poesia. Auto-didacta vasculhara bibliotecas e mais bibliotecas até encontrar aquele tratado completíssimo sobre Versificação. Tinha desde pequena o mal hábito de anotar suas ideias, impressões e descobertas nas beiradas dos textos que lia, uma forma de fixar, de indicar onde havia parado e principalmente a mantinha sempre escrevendo, grafia que era um prazer à parte para ela. Fazia quase um ano que tinha decorado linha a linha daquele livro, porém fora convidada por um feliz acaso a contar como funcionava essa tal de poesia clássica e insegura voltou para sua tábua de salvação de tantos anos.
Um elogio, a quem tivesse sua autoria, pessoalmente seria impossível. Porém, tal elogio fizera-se indispensável ao novo leitor. Que, encantando pela bela e feminina grafia, deixou seu recado docemente elogioso logo abaixo das linhas cursivas que se tracejavam ao lado do corpo tipográfico. Seu elogio nao era nada menos do que uma quadra de versos em redondilha que o leitor aprendera justamente pelas anotações que a glosadora fizera.Ele pretendia ficar mais tempo com o livro mas num lapso esqueceu-se de renová-lo e quando o devolveu a biblioteca para pegá-lo noutro dia não o encontrou.
Alguém o havia pego e esse alguém era ela. Já fazia alguns anos que brigava em meio as letras, palavras, ritmos e sons da poesia. Auto-didacta vasculhara bibliotecas e mais bibliotecas até encontrar aquele tratado completíssimo sobre Versificação. Tinha desde pequena o mal hábito de anotar suas ideias, impressões e descobertas nas beiradas dos textos que lia, uma forma de fixar, de indicar onde havia parado e principalmente a mantinha sempre escrevendo, grafia que era um prazer à parte para ela. Fazia quase um ano que tinha decorado linha a linha daquele livro, porém fora convidada por um feliz acaso a contar como funcionava essa tal de poesia clássica e insegura voltou para sua tábua de salvação de tantos anos.
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