Lucas C. Lisboa
Era chamado de Fauno naquelas terras áridas, onde as areias beijavam o mar e o mar fazia delas seu par perfeito para navegar nas ondas. Nessas terras havia um encontro muito singular entre as areias e o mar, um lugar onde bailavam lentamente e onde desse lento bailar nasciam flores de pétalas brancas. Eram pétalas de régia beleza que não precisavam senão daquela dança mágica para se nutrir.
Ele sorria ao se lembrar que foi um convite seu que iniciou aquele baile, há tanto tempo que não se lembrava mais, foi numa outra terra distante dali, que desposou, com a Fúria de um Sátiro, uma Ninfa de pele de cobre.
E em seu desposar sanguíneo cobriu seu corpo de flores mais belas que conseguira compor em seus versos de profundo amor. Cada verso escrito com o suor e sangue de ambos fazia nascer uma flor.
Caminhavam felizes pelos bosques, pelas terras desconhecidas, por lugares nunca antes desvendados, não sem sacrifícios é claro, seu sangue era o preço que cada nova morada cobrava. Mas era intenso, era perfeito e também dolorosamente completo.
Mas chegaram ao mar, que naquela época pouco se importava com as areias. E ela quis se banhar, ou ele quis que ela se banhasse, não se lembrava mais só se lembra que ela partiu para o meio do mar e desapareceu.
Só que ele não podia entrar naquela água, suas patas de bode com toda certeza se derreteriam caso tocassem o mar, era um acordo antigo que havia feito, que poderia correr toda a terra mas jamais tocar no mar.
Com ela perdida em meio ao mar ele se lamentou com as areias que também sentiram falta da Ninfa que a tanto bailava junto ao seu Sátiro sobre elas. As areias então desejaram o mar, desejaram profundamente voltar ao baile de outrora.
E foi esse novo bailar que criou aquele mangue, que não era areia nem mar, mas que o Fauno podia caminhar sem medo de que pudesse se afogar. Não demorou para que o mangue começasse a dar flores, flores nascidas daquele bailar e flores que outrora estiveram presas ao corpo de sua amada Ninfa.
O Fauno caminhava por aquele terreno novo e perigoso, zelando pelas flores que nasciam, em parte fruto de seu amor e outra parte frutos de sua maldição. Era com seu próprio sangue que as nutria numa esperança vã que elas fossem lá onde a Ninfa se encontrava entregue ao sabor das ondas.
Era chamado de Fauno naquelas terras áridas, onde as areias beijavam o mar e o mar fazia delas seu par perfeito para navegar nas ondas. Nessas terras havia um encontro muito singular entre as areias e o mar, um lugar onde bailavam lentamente e onde desse lento bailar nasciam flores de pétalas brancas. Eram pétalas de régia beleza que não precisavam senão daquela dança mágica para se nutrir.
Ele sorria ao se lembrar que foi um convite seu que iniciou aquele baile, há tanto tempo que não se lembrava mais, foi numa outra terra distante dali, que desposou, com a Fúria de um Sátiro, uma Ninfa de pele de cobre.
E em seu desposar sanguíneo cobriu seu corpo de flores mais belas que conseguira compor em seus versos de profundo amor. Cada verso escrito com o suor e sangue de ambos fazia nascer uma flor.
Caminhavam felizes pelos bosques, pelas terras desconhecidas, por lugares nunca antes desvendados, não sem sacrifícios é claro, seu sangue era o preço que cada nova morada cobrava. Mas era intenso, era perfeito e também dolorosamente completo.
Mas chegaram ao mar, que naquela época pouco se importava com as areias. E ela quis se banhar, ou ele quis que ela se banhasse, não se lembrava mais só se lembra que ela partiu para o meio do mar e desapareceu.
Só que ele não podia entrar naquela água, suas patas de bode com toda certeza se derreteriam caso tocassem o mar, era um acordo antigo que havia feito, que poderia correr toda a terra mas jamais tocar no mar.
Com ela perdida em meio ao mar ele se lamentou com as areias que também sentiram falta da Ninfa que a tanto bailava junto ao seu Sátiro sobre elas. As areias então desejaram o mar, desejaram profundamente voltar ao baile de outrora.
E foi esse novo bailar que criou aquele mangue, que não era areia nem mar, mas que o Fauno podia caminhar sem medo de que pudesse se afogar. Não demorou para que o mangue começasse a dar flores, flores nascidas daquele bailar e flores que outrora estiveram presas ao corpo de sua amada Ninfa.
O Fauno caminhava por aquele terreno novo e perigoso, zelando pelas flores que nasciam, em parte fruto de seu amor e outra parte frutos de sua maldição. Era com seu próprio sangue que as nutria numa esperança vã que elas fossem lá onde a Ninfa se encontrava entregue ao sabor das ondas.
3 comentários:
"E foi esse novo bailar que criou aquele mangue, que não era areia nem mar, mas que o Fauno podia caminhar sem medo de que pudesse se afogar. Não demorou para que o mangue começasse a dar flores, flores nascidas daquele bailar e flores que outrora estiveram presas ao corpo de sua amada Ninfa. "
emocionou-me essa parte...tocou no amâgo, no sentimento, enchem os olhos...
Que belo conto! Gostei muito... Você escreve divinamente bem.
E, como já havia me falado, você tem várias faces e eu encanto com todas!
:*
é o mais lindo de todos meu favorito!
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