Eu que desgosto do cavalo branco
e nunca fui o primeiro da turma,
faço-me feio, torto e até manco:
sou mau agouro d'alma mais soturna...
Eu que carrego meu talento franco
de vaguear numa insônia noturna,
recuso-me a seguir por mais um tanto
de tédio e labor da vida curta!
Eu jamais seguirei num galopante
corcel alado tal conto de fadas.
Eu que sempre serei fidel amante
das moças e mulheres mais erradas...
Eu, nem príncipe nem bobo ou infante,
sou poeta de rimas espalhadas!
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