Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
ainda quero meu poema
escrito co'a linha forte
da palma de minha mão
tracejada em fino corte
Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
Cutucando meu edema
num masoquismo de morte
voando a partir do chão
seguindo sem sul nem norte
Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
Quero que o fio do frio trema
todo meu corpo na sorte
caída no caramulhão
um anjo d'altivo porte
Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
a caldeira lhe queima a lenha
solta fumaça no trote
torce o torque do pistão
é tanta trata e transporte
Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
na barca de rima rema
um cavalo de pinote
com ar puro e cara do cão
ladrando ante seu bote
Sem comentários:
Enviar um comentário