Sem bravata, desafivelo essa fivela
nu no espelho, me vejo e a vista me trava
pele pálida, desespero e tristeza bela
sem poesia, sem amor, sem força, sem lavra
Era mais fácil na época duma Florbela
um bilhete duplo pra Verona bastava
e partia sem choro sem drama sem querela
culpa, remorso, tristeza, tudo às favas
São dois goles amargos prum sonho bom
desatino que persigo, pesquiso e não acho
esses tempos modernos são tão cuidadosos!
Já faz um ano, que não me troco meu tom
numa dúvida do porque não me despacho
pros braços noturnos tão amorosos!