Sou jardineiro da última flor do lácio
um coveiro nada culto tampouco belo
que cava com as próprias mãos o seu espaço
não sou ourives, me cai melhor o rastelo
Dessa terra bruta hei de tirar o macio
fruto cultivado e que há tanto tanto espero
Pois do campo sou devoto e nele que crio
a fome de juntar sua foice ao martelo
Das cidades onde vivo do meu país
expatriado, apertado e apartado
num apartamento que ainda fala minha língua
Mas que nada me responde ou me diz
e pelas mitomaníacas condenado
sem resposta ou pergunta e sempre à míngua
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