Desviou, flanou, sem perder seu sorriso. Senti seu perfume, dama da noite. Distante atendeu o telefone: "Oi amor, não paro de pensar em você!" Disse, tão sincero, que duvidei da lembrança de sentir seus olhos sobre mim. Poucos passos depois, eu nem sabia mais aonde ia. Contrariando-me, virei-me para vê-lo.
Decerto que pela indecisão só vi seus sapatos, polidos, na esquina e eu, no meio da rua, girei para alcançá-lo. Cheguei e só vi aquela flor com a bala mordida nas pétalas. Venci a vergonha, cheirei e era o mesmo perfume. A meia bala, com sua saliva. era para mim.
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