eternidades são de um só calor
que marcam, sutilmente, nossa pele
nos lábios, pelos olhos, no sabor
que me prova na força que me fere
Inebria-me todo esse rubor
de quando seu chicote bem adere
na carne num prazer de doce dor
fazendo com que o gozo se rebele
Mas se depois do gozo vem meu pranto
não será de tristeza meu doce amo
mas sim de assim poder sempre viver
Senhor meu, belo, amado, todo encanto
permite até o deleite que mais amo
minha face na sua padecer
e[ter]ni/da/des [são] de um/ só/ ca[lor]
que [marc]am,/ su/til[men]te, no/ssa/ [pele]
nos [lá]bios,/ pe/los [o]lhos,/ no/ sa[bor]
[que] me /pro/va/ na [for]ça/ que/ me [fere]
[I]ne/bri/a/-me [to]do e/sse/ ru[bor]
de[ quan]do/ seu/ chi[co]te/ bem/ a[dere]
na [car]ne /num/ pra[zer] de/ do/ce [dor]
fa[zen]do/ com/ que o [go]zo se/ re[bele]
[Mas] se/ de/pois/ do [go]zo/ vem/ meu [pranto]
[não] se/rá/ de/ tris[te]za/ meu/ do/ce [amo]
mas [sim] de a/ssim/ po[der] sem/pre/ vi[ver]
Se[nhor] meu,/ be/lo, a[ma]do,/ to/do en[canto]
per[mi]te a/té o/ de[lei]te/ que/ mais [amo]
[mi]nha/ fa/ce/ na [su]a/ pa/de[cer]
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