A madrugada urge
para os que dormem
e os que fazem poesia
procuram o verso
perfeito
antes de serem
descobertos
pelo sol
É no silêncio soluçante da noite
que a rima encontra
o tema e encarna a trema
abolida dos dicionários
A sirene que rasga o breu
sobressalta os bebês
a acalenta os poetas
que não se sentem sós
nessa dor de quase morte
do verso não nascido
da vida não parida
e o que mais?
O que mais nada
venenos noturnos
fim de estrada
penúltimo verso
e mais nada.
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