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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

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terça-feira, 8 de setembro de 2015

à moda de duchamp

Atenção Atenção!
Isso não é um poema

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Poema Botequeiro

Nos bares do Brasil a cada 100 recados de guardanapo
57 são amassados antes de serem lidos

Nos bares do Brasil
a cada 100 recados de guardanapo
57 são amassados antes de serem lidos

Nos bares do Brasil
a cada 100 recados
de guardanapo
57 são amassados
antes
de serem lidos

antes de serem lidos
antes de serem lidos
antes de serem lidos
antes de serem lidos

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

do caráter poético das ruas.

A minha poesia
é sempre e sempre
foi do tipo vadia

E se estende bem em
qualquer corda de varal
e até no fio do fio dental

terça-feira, 9 de julho de 2013

Insônia

Quem nunca dormiu
nas últimas décadas
não pôde fechar
os olhos pra quem
não tinha pão cama
remédio e escola

Agora se assusta
sendo eles de vândalos
pichados em rede
nacional em prol
do transnacional
capital que explora

Quem esteve insône
vigiou o sono
dos micro burgueses
que por seu conforto
em berço esplêndido
nunca se mexeram

Agora se assusta
com esses sonâmbulos
que gritam facismos
e queimam bandeiras
querendo escrever
leis sem saber ler

Quem sempre lutou
não pelo pais
mas pelo seu povo
queria ficar
feliz co'esse novo
e forte aliado

Agora vê cordas
que de novo tentam
manipular todos
com a mesma velha
mídia com suas cartas
marcadas e arcaicas

Quem nunca fechou
olhos não será
por  spray, bombas,
manipulações
logo adormecido
por vinte centavos

sábado, 18 de agosto de 2012

Código de Barras

Eu chego em casa e descubro
um reles papel comprova:
eles sabem meu endereço!

Tem meu nome, CPF
CEP e código de barras
tudo isso pra me cobrar

Cada conta vencida é praga
que faz tocar telefone
bater porta e campainha

tira o sono e me arranca
os cabelos da cabeça
incomoda sem parar

Sabe, cada conta paga
eu trato como troféu
que guardo com muito zelo

É tipo meu amuleto
um espanta-cobrador
por pelo menos um mês

domingo, 6 de maio de 2012

Maternidade

Lucas C. Lisboa

Eu por ter nascido homem
nunca soube nada sobre
o que é ser mulher
ou conceber um filho

Porém como poeta
Eu sei bem como é
quando o verso solto
fecunda minha mente

E cresce até se tornar
pequena e timida estrofe
depois ganhar corpo
e também ganhar forma

Orgulha-me se vira um poema
daqueles, garboso e forte
e cheio de melodia que conquista
um outro coração incauto

Despertando outro poeta
semeando dentro dele
um outro verso
de pura inspiração

Que crescerá noutro
papel de pauta marcada
para uma outra alma
lê-lo e espalhar por ai

Não sei se é um sentimento
sequer próximo ou parecido
o dom de criar no papel
e a benção de dar a vida

Mas já me contento
se meus versos gestados
embalarem uma canção
de ninar de uma Mãe