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Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Poetautista
quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
Sem fingir costume
como quem penteia a memória
o filósofo cata os piolhos
das verdades meias e inteiras
Entre ser monge ou barbeiro
hábito e manto contra pelos
Entre o padre e a prostituta
há seus pedidos de joelhos
A cada deus, a própria prece
que sonha com seu paraíso
profano, divino ou terrestre
cada qual feito por um juízo
O sagrado só o é entre aqueles
que comungam da mesma fé
seus segredos, seus votos, são
pros devotos e nada mais
sábado, 31 de agosto de 2024
Coreto liberdade
não fique sozinha,
com essas garrafas,
de vinhos sem safras.
sua linda boca,
que não é só minha,
beija o corpo meu,
que não é só seu.
sexta-feira, 14 de junho de 2024
Treze estrofes sobre trilhos
segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
Por toda a minha vida
Guardo lágrimas de mar
segredos de mal me quer
qualquer um pode ver
que só sou ser sem estar
Eu esqueci de te amar
não mais que um segundo
fui vil, roto, fui imundo
fiquei sem ti, sem meu par
Guardo lágrimas de mar
só sou o que já passou
eco, apito de navio
praia de se naufragar
Eu esqueci de te amar
por apenas um instante,
mas isso foi o bastante
pro meu lamento chorar...
domingo, 12 de novembro de 2023
Trilho do Trem
segunda-feira, 15 de maio de 2023
Passeio paraíso
terça-feira, 18 de abril de 2023
Me toca
quarta-feira, 18 de maio de 2022
Frente Fria
quarta-feira, 29 de setembro de 2021
espelho
sábado, 15 de maio de 2021
Eu não queria te dizer
o meu pé de vento
serve de sustento
pruma flor astral
São rosas de vidro
que contra meu peito
quebram e me cortam
com amor e doçura
Gotas de meu sangue
mancham minha blusa
branca de algodão
que a fome recusa
Sexo na varanda
e macarronada
Beijos pra torcida
e fim da estrada
quarta-feira, 31 de março de 2021
Prum poema apaixonado
bem medido bem contado
de modo que não esqueço
prum poema apaixonado
Minha frente meu avesso
nos dedos escancionado
em lirismo todo imerso
prum poema apaixonado
Leio, releio, converso
que é tesouro lapidado
com seu brilho mais intenso
prum poema apaixonado
São palavras ao acaso
como quando jogo um dado
que abole o gosto e o senso
prum poema apaixonado
sexta-feira, 5 de março de 2021
Minha cobiça
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021
Camilla
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Pena dos poemas
Bem eu não espero
sou só desespero
Não por mim mas sim
por quem o seu fim
Vem pelo milico
servindo o rico
cidadão de bens
posses e amens
No fio do esmero
sádico e sincero
Virá tal marfim
sangrando o capim
Pisando na grama
com força da grana
e nos corpos pretos
pardos, mulatos
Nossos nativos
mais mortos que vivos
serão só retratos
dos livros mais gastos
Fica sem história
sem uma memória
do que nós tentamos
sem flores, só danos
sábado, 4 de novembro de 2017
Nos seus cabelos eu sou
És minha Sóror Safada:
Princesa do Pecado
És Tara Canonizada;
do desejo e desejado
És minha amante amada
c'o perverso costurado
na sua saia rodada,
no lençol desarrumado
És cabocla santificada
seu hábito desnudado
lhe veste desejada
plo poeta descuidado
És minha doce alucinada
no meu amor delirado
És minha sua tez marcada
no quarto banqueteado
És Santa és abençoada
Flora dum jardim encantado
Pois sou Fauno desta estrada
dentre campo fecundado
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Biográfico trinta
Sou, eu, verme inconformado
contrafeito querubim
d'arco e flecha despojado
maçã de gosto ruim
Mão perna e pé aprisionado
sob a pena de Aladim
de querer certo e errado
pelo não é pelo sim
Meu peito despedaçado
sem pó de pirim pim pim
tecido grosso rasgado
costurado com cetim
Deixo meu grito calado
quero ir embora de mim
não me quero nem assado
e muito menos assim
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Iminente
Então você anima
Fazer poema-repente
Um gole por rima
de fina aguardente
Não se subestima
a língua vidente
Que se desatina
no verso excelente
Vamos num clima
pra lá de excelente
Que não subestima
esse desejo latente
Parte masculina
que jaz eloquente
Parte feminina
faminta, saliente
quinta-feira, 10 de março de 2016
Celerado
Os meus versos desgraçados
não surgem dum elogio
duma alegria em seu cio
mas do choro derramado
Eu que jamais me sacio
tenho um peito carregado
de desejos afogados
nas lágrimas quando rio
Cada verso desalmado
é chuva no meu estio
mamilo que acaricio
num momento emprazerado
Sou errado, vil e vadio
um pedaço mal calculado
perverso desmascarado
que faz dos erros seu fetio
Do mais feio, torto ou errado
ganho um abraço macio
pois deles sou fogo e frio
sou príncipe dos celerados
sábado, 5 de março de 2016
Não
Não sei se quero
conversar sério
um tema amargo
tomando trago
Não sei se devo
acordar cedo
depois da insônia
e da vergonha
Não sei se posso
por no pescoço
a mesma corda
que não me acorda
Não sei se dura
minha tortura
no mesmo prego
que bem me esfrego