Estava eu voltando, de ônibus, da Lapa para casa de madrugada, no Rio de janeiro, Vi uma moça chorando sentada no fundo do ônibus. Tímido, eu não teria coragem de falar com ela. Mas isso não me impediu de tentar fazer algo. Saquei um dos meus livretos de poesia (ainda eram xerocados na época) e entreguei para ela. De início ela recusou dizendo que não tinha dinheiro. Eu lhe disse que era um presente e fui me sentar lá na frente perto do trocador, não pude nem ver se ela realmente estava lendo meus versos. Chegou meu destino, dei o sinal e desci. Quando o ônibus arrancou e passou por mim, ela abriu a janela e me lançou um bilhete lotado de beijos dizendo "a arte ainda vai salvar o mundo!!!"
Duda, Por onde andará você?