Raivosas ovelhas luditas quebram teares.
Publicação em destaque
Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
sábado, 21 de dezembro de 2024
Defeso, denegado e dissuadido
Da cobertura do arranha-céu, entre cédulas, títulos e debêntures, o CEO, abatido, caiu direto na calçada.
De terno e gravata, causou espanto estatelado no chão. Sirenes, viaturas, cordão de isolamento e fechamento do ano fiscal.
Dispensado o socorro, estava morto e aferido o lucro e o dividendo, afinal, óbito também é alta.
domingo, 15 de setembro de 2024
Xepa
Sempre fui da xepa, da promoção e da pechincha, comprei meu coração na barraca de um e noventa e nove.
Porém meu peito e pulmão, pobres e expropriados, fizeram fiado. Eles penduraram a conta pra minha garganta pagar sob protestos.
Por solidariedade a boca fez greve não queria o novo e vermelho inquilino: piquete montado, dentes trincados...
Mas a mão furou, pelega, não era de esquerda. Furado o piquete o coração caiu na barriga, burguesa, de tão gorda se fez de sonsa e não quis devolver, foi briga das feias, minhas velhas veias tiveram que intervir:
GREVE GERAL e o general da cabeça, prefeito não eleito do meu corpo, entrou em febre, uma convulsão social. Reintegração de posse, biles, vômito e rebordose, mitocôndrias em pânico ouviam a internacional!
Eu feito latifúndio improdutivo, fui numa noite tomado por uma princesa socialista, que encampou meu corpo, pôs meu coração no peito, deu um jeito nos grevistas e botou de regime minha barriga.
E todos, em todas as partes, pedaços, ossos, órgãos, células, culturas bacterianas e tártaros superbacanas puseram abaixo a superestrutura.
Era a revolução e, de agora em diante. Todos, todos teriam o direito, Inalienável, ao pão, à poesia e... é claro, aos beijos dela.
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Cyberpunk em 5 palavras:
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
Sci-fi em 5 palavras:
I)
no céu a terra cintilava
II)
pálido ponto azul, nunca mais
III)
Rápido, siga aquele táxi voador!
sábado, 9 de setembro de 2023
Xepa
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
Duas teclas
quinta-feira, 27 de julho de 2023
Flor de esquina
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Esculpida pois sim, eterna porém.
Orgulho de seu escultor. Ela, estátua de mármore, bela, belíssima e, também, muito emotiva. Mas sempre, sempre, impassível, insensível no reter de suas lágrimas. De fato, esforçava-se para contê-las, como um dique, suportava dor, angustia, desespero como se nada fossem.
terça-feira, 25 de julho de 2023
Escolástica
terça-feira, 3 de agosto de 2021
Micro conto em 140 caracteres
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
O Homem dos porquês
Por ser tão cheio de dúvidas, questionamentos, inseguranças e curiosidades ele abusava das interrogações exclamações mas era reticente aos pontos finais.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Lágrima
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Não era como se dizia
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Urbanização Infantil
-Mas mãe, eu quero brincar aqui fora.
-Desce! Desce agora! - respondeu ela sem a menor paciência.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Diálogos que a gente vê por ai:
- Claro! O bicho não é burro o bastante pra jogar no homem!
sábado, 30 de outubro de 2010
Não eram velas sobre a escrivaninha
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Micro conto em 140 caracteres
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
A pirâmide de um homem
Queria que seu castelo de cartas tocasse o teto da sala de jantar. Era, sem sombra de dúvidas, um projeto ambicioso. Não lhe impediria os tantos baralhos ou mesmo as mais de mil horas de labor dedicado e cuidadoso.
Terminada sua obra, de tantas cores e motivos estampados, encheu-se todo de vaidade e seu ego ficou ainda mais ardoroso: uma pirâmide em tamanho real. Ele a construiria do solo até rasgar o céu e o firmamento luminoso.
Não contava, porém, que ao colocar a última carta, a pirâmide se faria mármore e se cravaria, firmemente, no tecido azul. E, muito menos, que do chão se elevaria para ficar dependurada, com toda a brancura de um lustre, na sala de jantar.