Lucas C. Lisboa
Eu jamais posso negar
Que gosto bem mais das nifas
melhor se forem poetisas
virtuosas ao paladar
Eu conheço um certo sátiro
que não é tão novo assim
pois diz ter tal predicado
mas acho que é só um tarado
É desejo: desconfia
do dito na sua rimada
pois mostra que você ninfa
é também uma tarada!
Serei eu ,tarada de fato
e nada de mais então?
ou está apenas enganado
na sua velha convicção?
O faro de bode velho
não é de errar assim não
vá escute meu conselho
é só seguir seu tesão
Como está bem inspirado
vejo que garoto inda és
só espero que tome cuidado
e não vacile de vez
Tu que me deixas pirado
está cega, não me vês?
por ti todo assim safado
tal um velho lobo maltês!
Droga eu esqueci a rima!
que numa só ia fazer
com minha aura feminina
para bem te responder
Pois esse jogo sabemos
muito bem como termina
e fazer com que erremos
é meu prazer, minha sina
Repete e ficará rouco
certeza tens de saber
és convencido garoto
e senso não pode ter
E também falta bem pouco
pra verdade nao se esconder!
não eu não estou tão louco
sei bem deste teu querer
Por quê tens tanta certeza
de que falto com a verdade?
na verdade acho que a fineza
do teu faro foi tarde
Sei: não é minha vaidade
nem velho ou convalido
se não tivesse o convite
teria em versos respondido?
Ninfas gostam de brincar
e os bodes bem mais ainda...
será que sabe lidar?
ou ficará na berlinda?
ou ainda esgotará meu
estoque de belas rimas?
mas até lá já se perdeu
as minhas graças de esquinas
Disse que era vergonhosa
de tuas rimas e poemas?
o que te deixas tão orgulhosa
senão que eu valha às penas?
Me vale à pena gostar
da brincadeira, são só
versos que o vento vai levar
pois não são mais q'este pó
Provocar-te com uma pena
é uma brincadeira ardilosa
que nos deixa em plena cena
mais rápido do que em prosa
Talvez não entenda de cenas
ou menos do que de prosas
mas deixa pra lá mia rima
não era das mais formosas...
As melhores são rimas mais feias
que da cara vem e gozas
O riso é dessas tuas teias
daquelas finas, ardilosas!
Eu seria tal uma aranha?
tenho a minha preferidas!
viuvas negras: maridos
que transformam-se em comida
Aracnos bem mais espertos
oferecem um belo engodo
pra só assim passar o rodo
tal faço com os meus versos
Eis um duelo afinal
ambos um gosto: poder
quem sera de tal historia ,
aquele que vai vencer?
Sabemos que a carne mortal
é faminta por prazer
não interessa a vitória
o corpo há de padecer
Cansei de fazer versos...
As minhas toscas rimas
me toma um gosto possesso
e escrevem as mão pequeninas
Pelos prazeres diversos
Eu agradeço por sua sina
pois fiz tantos belos versos
pela tua mão de menina!