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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

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terça-feira, 5 de julho de 2022

Tempos melhores

Quero magia, cor e cenas
pra toda boca que beija
Bang bang só nos cinemas
retomados das igrejas
Bibliotecas eu prefiro
do que esses clube de tiro

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Sujeito Erroso

A cada momento
e por todo instante
eu lamento e tento
seguir adiante
contando meu aperro
calando meu berro

No fio infiel
do meu sacramento
nas juras de níquel
de arrependimento
pois sou eu amante
duma dama errante

Nem no nunca mais
sou inverossímil
sem risos ou ais
uma lenda ao léu
nem tocam os ventos
de mil e oitocentos

O meu calafrio
é nunca ter cais
mas tenho o delírio
de dominicais
manhãs de mel 
pipa e carretel

Serei só miragem
na curva do rio
sou terceira margem
um nem-ser-se-viu
d'olhos lacrimais
sem nada demais

sem mirada verde
sem pele alva e virgem
sem cama ou rede
um velho em vertigem
que sempre ouviu
ene, a, o, til

de tudo e todos
pois a mim sucede
sortidos engodos
que quase me fede
desde minha origem
com ferro e fuligem

Mas jamais que enterro
meu sonho no lodo
tal quem não é bezerro
muito menos touro
pois eu sou quem ferve
o inferno e lhe bebe

E nada garante
que esse meu desterro
não é sem sextante
sem bússola só erro
exílio sem êxodo
soldado sem soldo 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Na ponta dos dedos

Todo, todo dia cê fuma
às quatro e vinte da tarde
E em mim a larica apruma
pra ver-te de quatro e me arde
como brasa essa vontade:
sê a fumaça que te invade

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Cuando grita

Moça sábia bem artista
tem no rosto delicado
seu trunfo que até despista
o sujeito mais errado
que não sabe que seu beijo
é atacado no varejo

Ela faz fila, faz lista
dos amor arrebatado
mas escolheu um vigarista 
pra ter seu cu arrombado
moço de trato e traquejo
que faz dela seu gracejo

Ele guia e ela quica
requebrando seu quadrado
sofre e goza pela pica
no seu rabo agasalhado
enquanto pinga desejo
seu xibiu farto e sobejo

Porque seu cu quando grita 
não pensa nem tem cuidado
é fome que dá e repica
de esfolar no seu safado
sufoca a fronha num beijo
e o pau no cu é gorgolejo

Só o mais corajoso fica
e mete o dedo sem medo
ele sabe onde se arrisca
porque cu não é brinquedo
é preciso ter molejo
pra cair no saculejo

sábado, 28 de agosto de 2021

Em lá maior

Ligo o rádio e só toca
sempre o velho do re mi
mas meu coração coloca
meus ouvidos só pra ti
eufônica de tão bela
minha menina Mirela

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Road Trip

A história que conto agora
já até se foi sem ter sido
era segredo muito embora
por todos fosse sabido
menos pois pros dois viventes
que mais que muito se amavam 

Ela santa, ele vilão
tanta fome revelada
Barroca igreja, emoção
uma aventura ensaiada
e no carro o vidro enturva
pelos dois em pura bala

Era assim antes de outrora
o seu fogo ensandecido
que a boca sedenta chora
por onde é bem sabido
eis tão amados amantes
que na prosa planejavam:

"Belo Horizonte é visão
mas não terra destinada
das Minas Gerais sairão 
pela noite na calada 
numa lua que murmura
pra estrela vestindo gala"

Sem feito o plano embolora
mas do seu jeito sabido
ela é musa que colabora
c'o jeito desatinado
dele de amar tal ardente
fome que jamais amansam 

Road trip por todo sertão
uma viagem ousada
trinta horas na direção
ao lado da moça amada
os sonhos no porta-luvas
pois a estrada bem embala

E trocando a marcha rola
um carinho dele atrevido
ela compraz e lhe consola
os dedos num divertido
de dois corpos e uma mente
que do mesmo sopro aspiram

Cecília, seu coração
é guia e norteia em cada
quilômetro do estradão
mas a sua ritimada 
vem do gole de fanta uva
que a doçura lhes iguala

São vintage, na vitrola
do carro vem o alarido
de Caetano e cantarola
ela com mais um pedido
que gata pede somente
um Raul que jamais olvidam

Nas letras duma canção
pelas rodas pela estrada 
embalando na paixão
ao lado da moça amada
os dois nas retas, nas curvas,
desejos no porta-malas

A vontade descontrola
encosta o carro perdido
E os lábios dela devora
pelo convite atrevido
dela de assim sutilmente 
revelar o que ambos clamam

No cerrado, imensidão
tudo pois pruma picada
de aventura e de ilusão
que esperam lá na chegada
serão eles sol e chuva
duma voz que nunca cala

Vida dentro mundo fora
o carro desapressado
sem ter pra chegar sua hora
no tempo do delicado
deleite que tal corrente
seus sutis elos se selam

Cada serra e serração
e cada casa caiada
testemunham nesse chão
os amantes da cilada
embebidos na araruva
e segredos de cabala

Entre  um causo e uma história
o sol desce avermelhado
a paisagem rememora
o mundo dos exilados
seu contento descontente
é aquilo que mais esperam

Querem canjica e quentão
festa junina ensaiada
nas terras desse sertão
numa noite aluminada
pela fé na ciência pura
e na utopia que espalha

domingo, 7 de março de 2021

Miau

Minha gatinha toda grata
plugada miava eterna
fome e jura insensata
e soltava a pilhéria
declarando se por tudo
seu amor tão torto e escuso

A mais safada, vadia
e obediente do gatil
Meus pés ela me lambia
dum jeito meigo e servil
abanando seu rabinho
implorando por carinho

Ronronava tal uma gata
se esfregava nas pernas
minhas totalmente grata
por deixar numa baderna
molhada o sexo miúdo
que ansiava um gozo imundo

Sua língua nada sacia:
mãos, pau, pés, tesão a mil
como mestre ela me via
solta um gemido sutil
por meu dedo em seu cuzinho
deixando meu pé limpinho

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Lentamente

Minha virtude, meu mote
não mais me diz quem eu sou 
muito menos porque vivo
Não tenho mais essa sorte
que do meu peito passou
me resta o frio cativo

Não sei bem quem mais errou
por mais que viro e revivo
não acho qualquer resposta
Tantos meses se calou, 
meu lirismo tão altivo,
de mim mesmo se desgosta

Qual verdade, qual meu crivo,
do pesadelo uma amostra
que do gosto me ressinto
Dessa sala não me livro
migalhas na mesa posta
é o q'Eu como tão faminto

Perdi o jogo, perdi a aposta
nem lavra, ouro ou quinto
me resta desse desejo
Das montanhas até a costa
acabei-me por extinto
todo gosto de meu beijo

Minhas mágoas de absinto
no meu quarto de despejo
guardo minha melhor veste
Manchada de vinho tinto
que lambo, esfrego  e almejo
com toda sede do agreste

No caco d'espelho vejo
o meu sangue e minha peste
minha humilhante derrota
No embalo do realejo
mecânico e inconteste
cuja melodia me corta

Não há um deus que me ateste
que me indique a certa porta
d'esperança e acalento
Não há diabo que se preste
a me contar uma lorota
que me afaste esse lamento

Não há jardim e nem horta
onde eu colha o sacramento
ateu duma vida bela
Espinho seco, flor morta
sem horizonte no firmamento
sou nau sem mastro ou vela

Testemunho e testamento 
minha herança e sequela
de coração aleijado
Desatino desatento
escondido na janela
do meu quarto rejeitado

Aqui jaz a sentinela
do anjo roto e maltratado 
que quis o meu bem querer 
Hoje é quadro d'aquarela
em lágrima aquarelado
me pintando sem me ver

Tento e tento ter cuidado 
ao meu pranto recolher 
destilado num só frasco 
Suturado e retalhado
sucessivamente ser
sendo meu algoz carrasco 

Venha, venha logo ver
não é ensaio de teatro 
nem coroa dum infante
Meu ocaso é pra valer
sem pudor e sem recato
jaz em dois o diamante 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Narcisa

Perfeita e linda ao espelho
pois me fica ainda mais
deliciosa, insinuante
com as minhas digitais
salpicando de vermelho
a sua pele num instante

sábado, 14 de novembro de 2020

Passeio

Está ela no paraíso
dos dedos entrelaçados 
da boca de puro riso
por seus joelhos ralados, 
Vestido todo florado
e seu rabinho plugado.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Oração ao Senhor dos Passos

Senhor dos Passos, mestre caminheiro
lhe persigo no trilho de seus traços
Suas trilhas são inicio, fim e meio
dos meus desejos, prazeres, percalços
Sua troça, sua fala e até seu não dito
é guia de quem caminha por instinto

Grato ofereço minha voz, meu verbo,
meu verso, com dom de falar na rima
Eu lhe sou longe quando lhe sou perto
sou seu cantante de palavra fina
Não carrego, tambor, flauta ou lira
deixo o certo e o alvo pra sua mira

Senhor dos Passos, mestre caminheiro
que faça se perder quem no meu calço
cisma de pisar com seu devaneio
de injustiça, mentira e pés em falso
Senhor dos Cantos, sua música repito
com minha métrica faço meu grito

Eu lhe sirvo ventos, vozes e vaidades:
essas verdades co'ares de Mentira
e essas mentiras co'ares de Verdade
Pois sei que vira e mexe (ou mexe e vira)
caio na teia ou caio na trilha
na velha sina de minha família

Senhor dos Passos, mestre caminheiro
não me dê o destino me dê o laço
pra domar o cavalo sem rodeio
e ir de galope, trote ou no passo
do que eu posso fazer com meu afinco
com seu grato gosto de vinho tinto

Embriaga quem diz do que não sabe
quem desdenha e desmede sua mira
tonteia e descaminha até que acabe
a bonança de quem a pedra atira
achando que assim no santo se espelha
pois sou seu filho da estrada vermelha

sexta-feira, 31 de março de 2017

Lentamente

Minha virtude, meu mote
não mais me diz quem eu sou
muito menos porque vivo
Não tenho mais essa sorte
que do meu peito passou
só me resta um frio cativo

Não sei bem quem mais errou
e por mais que viro e revivo
não acho qualquer resposta
Tantos meses se calou,
meu lirismo tão altivo,
que de mim mesmo se desgosta

Qual verdade, qual meu crivo,
do pesadelo uma amostra
que do gosto me ressinto
Dessa sala não me livro
migalhas na mesa posta
é o q'Eu como tão faminto

Perdi o jogo, perdi a aposta
nem lavra, ouro ou quinto
me resta desse desejo
Das montanhas até a costa
acabei-me por extinto
todo gosto de meu beijo

Minhas mágoas de absinto
no meu quarto de despejo
guardo minha melhor veste
Manchada de vinho tinto
que lambo, esfrego e almejo
com toda sede do agreste

No caco d'espelho vejo
o meu sangue e minha peste
minha humilhante derrota
No embalo do realejo
mecânico e inconteste
cuja melodia me corta

Não há um deus que me ateste
que me indique a certa porta
d'esperança e acalento
Não há diabo que se preste
a me contar uma lorota
que me afaste esse lamento

Não há jardim e nem horta
onde eu colha o sacramento
ateu duma vida bela
Espinho seco, flor morta
sem horizonte no firmamento
sou nau sem mastro ou vela

Testemunho e testamento
minha herança e sequela
de coração aleijado
Desatino desatento
escondido na janela
do meu quarto rejeitado

Aqui jaz a sentinela
do anjo roto e maltratado
que quis o meu bem querer
Hoje é quadro d'aquarela
em lágrima aquarelado
me pintando sem me ver

Tento e tento ter cuidado
ao meu pranto recolher
destilado num só frasco
Suturado e retalhado
sucessivamente ser
sendo meu algoz carrasco

Venha, venha logo ver
não é ensaio de teatro
nem coroa dum infante
Meu ocaso é pra valer
sem pudor e sem recato
jaz em dois o diamante

Poema inacabado

Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
ainda quero meu poema
escrito co'a linha forte
da palma de minha mão
tracejada em fino corte

Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
Cutucando meu edema
num masoquismo de morte
voando a partir do chão
seguindo sem sul nem norte

Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
Quero que o fio do frio trema
todo meu corpo na sorte
caída no caramulhão
um anjo d'altivo porte

Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
a caldeira lhe queima a lenha
solta fumaça no trote
torce o torque do pistão
é tanta trata e transporte

Verso verseja mortal
bom, ruim, leal ou mau
na barca de rima rema
um cavalo de pinote
com ar puro e cara do cão
ladrando ante seu bote

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Máxima Podolatria

ela me lambe os detalhes
dentre os  dedos de meus  pés
deixando-me rijo tal entalhe
com seu sexo nas marés
oceânicas de desejo
de cima abaixo até o queixo

domingo, 3 de julho de 2016

Sextilha para FLIP

Pois queria eu estar em  Paraty
mas demasiado cedo é para mim
ir onde as pedras lembram-me de ti
dos dias felizes que agora,  enfim,
me doem por ser verão  curto no inverno
que  hoje aqui me abraça como eterno

terça-feira, 5 de abril de 2016

#SaraPintado

com meus olhos tristes
e livreto leve
a poesia segue
entre tantos mestres
que são aprendizes
pra dias mais felizes

segunda-feira, 14 de março de 2016

Pornochanchada para

Lhe digo, não é cilada
ela quer tapa na cara
quer na goela esporrada
É tão pura e doce Lara
quando tá muito inspirada
cheia de sanha e tara

Lhe faço logo a charada
me diga com quanta vara
pica, pau ou caralhada
se satisfaz uma Sara
pois só goza com porrada
que começa e nunca para

Lhe digo, não é errada
quando ela repete, fala
quer muito mais pirocada
que tem muita fome a Clara
na cama nua depilada
geme, grita e escancara

Lhe faço logo a piada
sobre o que será que sara
depois duma chicotada
na bela bunda de Nara
fica roxa, avermelhada
que de quatro se prepara

terça-feira, 1 de março de 2016

Primeiro de março

Rio de Janeiro em festa
para meu aniversário
na janela pela fresta
vejo apenas o operário
pela chuva castigado
justo nesse feriado

Conserta o que os salafrários
que tão bem tem estragado
com seus régios honorários
e cargos comissionados
fazendo a gente de besta
de segunda até na sexta

Então anoitece sábado
e já não há quem resista
a dançar junto colado
patrão e empregado na pista
sem ver pompa ou salário
domingo é dia de baralho

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Tropa Natalina

Começou como tropeiro
pelo sertão derradeiro
das muitas minas gerais,
bem longe das capitais
guiando burros em tropa
e com cavalo que trota!
 
Mula madrinha enfeitada
por muito chão, muita estrada
levava o comércio de ouro
dentro do embornal de couro
dos garimpos até os roçados
era ele muito aguardado

Trocou tropa pelo trem
e ao progresso disse amem
quando a ferrovia chegou
e novamente se inventou
pois dentro do seu vagão
todo, arroz, milho, feijão

Ele mesmo compraria
para vender lá na Bahia
e de lá vinha descendo
com o seu vagão trazendo
perfumes, panos, tecidos,
remédios e mil artigos

Por anos indo e vindo
fez ele seus dividendos
Casado com Terezinha
fizeram na vilazinha
seu comércio e pensão,
a maior da região.

Com a casa logo erguida
já quiseram em seguida
uma professora pra lá
para contas e beabá
ensinar pela primeira
vez para essa vila inteira

Nem tudo foi belo e bom
e num grito fora do tom
vieram os tiros de canhão
e trem, vagão e estação
já não existiam tais
e mudou-se uma vez mais

De Alfredo Graça pegaram
o último trem e pararam
na cidade de Teofilo Otoni
e eles sofreram ali
a triste separação
em nome da educação

De todos os seus filhos
Natalino foi nos trilhos
de volta para a fazenda
de seus pais numa contenda
lá para as margens do Rio
Setúbal num desafio

Feira Natalina

Quando sábado chegava
Seu Natalino montava
o seu cavalo Rosi
que já sabia pra onde ir:
de Santa Cruz, sua fazenda
até a feira buscar a renda.
 
Na vila do Jenipapo
era a feira de trapo,
rapadura, porco, pinga,
panela, couve, moringa,
linguiça, milho, feijão,
gado, queijo e requeijão....
 
Natalino bom mascate
na feira dava arremate
nas pagas e encomendas
que faziam pra sua moenda
de rapadura e cachaça
enquanto andava na praça.

Anotava, em prosa lenta,
num papel de letra atenta
uma nova e boa encomenda
Parava e resolvia a contenda
dum filho querendo comer
queijo e groselha beber

 De passada lenta e aberta
andava como quem acerta
na sorte fazendo o que gosta
vivendo e vendendo a roça
que cuidava com carinho
tal pássaro do seu ninho

Essa vila orgulho lhe dava
quem dissesse não errava
do mercado até a Igreja
tinha da sua bemfazeja
cada rua cada calçada
fez com esmero de morada

 Mas não fez sozinho é certo
tinha amigos bem diletos
com quem andava e proseava
e até versos declamava
histórias de assombração
e também de lampião
 
De boa prosa e jeito calmo
foi delegado da região
de Araçuai, Jenipapo,
de Machados, Badaró,
até Córrego das Velhas,
Berilo e também Chapada
 
Era um delegado diferente
desses tipos boa gente
não mandava prender
se dava pra resolver
com conversa, com conselho
via no outro sempre um espelho

Seus olhos azuis sérios
de contador de mistérios
de troças, de escalabros
de piadas e de causos
um mundo se emocionavam
quando seus filhos chegavam

Pois estudavam bem longe
Araçuai, Teofilo Otoni
e também Belo Horizonte
mas nas férias iam pra feira
nos burros e na traseira
do seu cavalo Rosi