Publicação em destaque

Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quotidiano sobre trilhos

Praticamente todo dia quando saio da UFRJ  eu pego o ônibus de integração para a estação de Del Castillo. Nessa quinta feira ainda não é dia de pagamento então está todo mundo meio duro. Sinal que recebo mais moedas do que notas. O que me leva a uma situação chata, pois como não sou lá um grande economista, costumo sempre depositar as notas e usar as moedas para minhas despesas do dia a dia, cerveja, comida, ônbus e por ai vai.

Fim de mês, mochila cheia de moedas e eu mudo de vagão para continuar despertando os leitores do seu sono literário. Sim, é assim que eu enxergo o que faço, sou despertador ambulante, um guerrilheiro da poesia. Assalto poeticamente as vítimas em seu momento mais vulnerável: quando estão completamente entediadas, naquela espera até a estação de desembarque. Afinal são muitos os que ficam olhando pro tempo, que jogam um joguinho estúpido no celular, fazem as unhas ou qualquer outra coisa sintomática do tédio absoluto.

Enquanto são absorvidas por um tédio (que só não é maior que ver faustão no domingo na casa da avó) eu levo meu livreto de poemas até elas, algumas se atiçam pela curiosidade quando falo que estou vendendo aquele pedaço de papel, outras abrem o livreto no meio (sim a maioria abre exatamente no meio do livreto) e encontram um poema erótico-engraçadinho, tem também aquelas que quando eu falo a palavra mágica: "poesia" se eriçam na hora. O negócio é que em dois ou três minutos eu coloco um vagão inteiro para ler poesia.

Sim, umas trinta a quarenta pessoas com livreto na mão e lendo poesia. Umas param na primeira e voltam pro universo do tédio, outras já querem comprar! São aquelas que realmente acreditam na poesia e no poder encantatório das palavras. Tem quem leia até o final devorando absortas e nem percebem quando passo recolhendo os livretos, essas se não prestarem atenção que eu estou recolhendo me deixam com o ego tão envaidecido que acabam ganhando o livreto, pois começo achar que seria um crime estragar aquela leitura tão ávida. Tem quem devolva o livreto sem nem abrir e também quem me deseje sorte para lançar meu livro, mal sabendo que com os livretos eu chego a um público que eu nunca conseguiria chegar com o livro, mas eu sorrio e agradeço aos votos.

Mas meu dia é ganho mesmo quando acontecem aqueles eventos únicos como a senhora negra de cabelos brancos que se levanta e começa a recitar um poema meu para suas companhias, sim e é aquele poema erótico-engracadinho! Ela recita em plenos pulmões e fica me elogiando à beça. Eu, claro, fico vermelho de vergonha mas se colocarem uma agulha perto do meu ego ele explode de tão inflado! A senhora então desmancha elogios, diz de como é bom que alguém faça isso no metrô, que leve  poesia e arte para as pessoas. A cada elogio ela me encabula mais e mais. Nesse momento eu dou corda, conto para ela do meu sonho que é ter mais e mais gente lendo poesia. Nesse vagão praticamente ninguém me devolve os livretos e melhor, são poucas as moedas e muitas as notas.

Tem quem diga que eu deveria fazer isso na lapa, na frente do CCBB, da biblioteca nacional e outros grandes lugares onde a turma cultural está reunida. Eu conto o caso que aconteceu comigo no trem, bom, no trem se compra e vende de tudo e lá eu aprendi que todo mundo pode se abrir a uma experiência nova se lhe for oferecida. Quando vendo poesia eu nunca seleciono público, seleciono quem vai ler e quem não vai. Nisso os ambulantes que estão ali também recebem livretos, e leem e se divertem com meu trabalho. Mas o melhor dia foi quando eu escutei: "Ei, Lucas, tem poesia nova ai?" e quem me perguntou isso foi o vendedor de coca, cerveja e água. Sim, de bermuda e havaianas e camisa do flamengo  ele me veio pedir por mais poesia! O esteriótipo perfeito que muitos dos cultos diriam que jamais iriam gostar de poesia. Mas estava ali me perguntando se eu tinha mais. Ao entregar o livreto ele me fez a pergunta de sempre: "quanto custa?" e eu como sempre com um sorriso desafiador respondi: "Você é quem me diz quanto vale" a resposta me surpreendeu: "pode ser uma coca?". Confesso que eu nunca bebi uma coca cola com tanto prazer.

Tem mais outros tantos casos, estórias engraçadas e divertidas mas agora vou voltar pra minha quinta feira e contar uma das travessuras que aprontei no metrô. Sim, eu acabo vendendo muito no metrô mas ali a venda de poesia não é uma atividade muito bem quista pelos seguranças. Quando entro em um vagão tenho que tomar cuidado para ver se não tem um segurança a bordo, eles sempre me chateiam.  Era o segundo vagão da noite, entrei e caminhei até o fundo dele quando reparei quase imperceptível um segurança, ele me notou.  Esperei sentado no percurso até a próxima estação e quando fui trocar para o vagão de trás o nosso amigo veio me seguir. Aquela situação estava chata e eu tive que pensar rápido. Quando o apito do metrô soou para as portas se fecharem eu saltei do vagão. E a porta se fechou atrás de mim sem que desse tempo dele continuar atrás. A verdade é que me senti meio que num filme de ação e tive que resisitir a virar e dar tchauzinho para o homem de preto. Sentei na estação, tirei os óculos, vesti o agasalho longe das cameras de segurança e fiquei jogando no celular até o próximo metrô passar.

Ser poeta sobre trilhos, talvez o único poeta underground (literal) do rio, é um enorme prazer. Ver o sorriso no rosto alheio, os olhares encantados, a felicidade estampada vale os riscos. Ninguém pode me tirar esse prazer, principalmente quando sei que são milhões de leitores adormecidos que passam por ali todo dia, aos poucos eu vou conseguindo levar até eles. Oito mil livretos vendidos nesse processo que já dura seis meses. Mas a pergunta que me move é: você tem ideia do que pode uma mente que voltou a usar a sua imaginação?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A virgem do Cabaré

Lucas C. Lisboa

Dez minutos uma era
nos trinta jaz descontente
rói o esmalte como fera
até chegar na carne rente

A boa moça descabela
bate a bota no batente
da porta na longa espera
do seu primeiro cliente

Ela, uma boa moça pura
treme a perna sem postura
que dê jeito a sua pressa

Mal vê quando a tecitura
do vestido cai na procura
sem mais amor ou promessa

domingo, 28 de agosto de 2011

Quadras para todos

Lucas C. Lisboa

tsunami no japão
terremoto na turquia
papa pede pelo pão
da primeira eucaristia

tsunami no japão
terremoto na turquia
pede a puta por paixão
pelo pau de sodomia

o chucrute é alemão
e tapioca é da bahia
pastor bolina o portão
pelo faro de vadia

o chucrute é alemão
e tapioca é da bahia
pecado é dançar baião
com a moça sem calcinha

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Versos e Flores


Lucas C. Lisboa

um romântico canalha
é que se diz poeta
que assim sem querer desperta
o amor com fogo de palha

faz da moça doce e certa
sua putinha de cangalha
e viseira sem que valha
à pena nessa sua festa

suspira ela apaixonada
e voz da mãe não diz nada
que ajuize sua cabeça

lhe dizem: pobre coitada
foi no verso enfeitiçada
por ele de quarta a terça!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O que pensa o poeta sobre trilhos?


O artista foi durante o século passado o que menos ganhou com sua própria arte, o advento da reprodutibilidade técnica e sua consequente monopolização fez com que o artista sujeitasse seu trabalho à exploração alheia. Em livros, cds, filmes e tudo mais o artista por mais que ganhe muito não fica com sequer 10% do montante arrecadado.

Mas como todo sistema contém em si o germe de sua destruição a reprodutibilidade técnica se aprimorou de tal forma que se tornou acessível a qualquer pessoa por valores que tornaram o monopólio do passado insustentável. 

Hoje a banda mais bonita da cidade lançou-se na internet e fez sucesso furando a fila das gravadoras. E eu enquanto poeta edito meus livretos usando meu computador e o levando até uma gráfica barata. Com sete mil livretos rodados eu furei a fila da crítica literária, das editoras, das associações e instituições que monopolizavam a arte. 

Usando do próprio sistema que um dia oprimiu a arte é possível hoje viver de arte no brasil de forma autônoma e independente. Eu vivo integralmente de poesia e vivo de uma forma que editora nenhuma permitiria ou daria para um autor exceto os grandes e escolhidos pela sacrossanta entidade chamada Mercado. 

Mas agora esse deus está sendo desvelado, o que há são apenas homens e anseios, ao artista cabe identificar esses anseios, identificar e dar a panacéia para as almas que estão adormecidas em um pesadelo sufocante onde tudo está pronto e acabado. O mundo se tornou novo e maior em possibilidades, estamos todos enjaulados mas o carcereiro está sonolento isso é se já não dormiu. 

Eu vivo como uma areia grande engrenagem do sistema, usando os artifícios criados para me controlar ao meu favor. Os apitos do trem que um dia me diziam a hora de entrar e sair do vagão para não chegar atrasado no trabalho hoje servem de cadência para que eu desperte a imaginação de tantos quanto possíveis novos leitores libertos da ditadura cultural outrora hegemônica.

Nenhuma ideia é genuinamente nova. Mas creio ter descoberto uma forma de usar as engrenagens desse nosso sistema mecanizado e massificador em favor da poesia, em favor da arte. A magia de ver um vagão inteiro, com cinquenta ou mais pessoas, lendo poesia e usando novamente a imaginação é uma sensação única.

Dentro de uma estrutura tão mecanizada, onde os passageiros entram e saltam do metrô de acordo com os apitos e gravações que anunciam as estações, eu consegui penetrar num espaço inexplorado. O tempo que cada indivíduo aguarda pacientemente a sua estação. 

É um momento onde boa parte da industria cultural simplesmente não pode alcancá-lo. São vinte minutos de absoluto tédio e vazio, onde o leitor adormecido pode enfim ser despertado.

Nesse momento onde a indústria cultural tão onipresente falha e o deixa perdido e desamparado em seu contato consigo mesmo é que a poesia tem a chance de despertá-lo desses pesados grilhões. Uma mente que se abre para uma nova idéia nunca mais volta a ter o mesmo tamanho de antes. 

O indivíduo que nunca antes teve o prazer de ler algo e o tem se modificou, modificou-se em sua essência se tornou um potencial leitor, voltou a usar uma imaginação que estava adormecida há muito.

E falando em idéias a minha tem pai E mãe! De um lado os tantos poetas que se auto-publicam, do outro um mar de vendedores ambulantes que vendem de tudo nos trens do rio de janeiro. Quando eu vi essas duas realidades, do modus operandi de ambos. 

Vi que valia à pena tentar um híbrido pois se existia que apreciava arte e também existia público para os produtos mais insólitos que eram vendidos aos montes pelos ambulantes dentro dos vagões, também poderia haver público para a poesia sobre trilhos.

Há pequenos eventos que marcaram fortemente minha passagem nos metrôs e um eu não canso de relembrar que é o do vendedor de cerveja, água e coca cola que sempre que me vê pergunta se há uma nova edição de meu livreto e troca comigo por uma lata de refrigerante. Aqui não se trata de nenhum tipo de "ajuda" ao poeta ou coisa parecida. Se trata de um legítimo indivíduo que teve o prazer da leitura despertado. 

E eu não posso querer nada mais verdadeiro que isso. Se de todos os meus livretos já vendidos eu tiver conseguido despertar esse prazer em 1% dos leitores já me considerarei feliz e bem sucedido mais do que em toda minha vida.

domingo, 14 de agosto de 2011

Sentimento

Lucas C. Lisboa

Eu quero lhe convidar
prum luau particular
levo vinho e poesia
você sua carne macia

vamos juntos degustar
ao sabor da lua e do mar
nossa vontade vadia
de nos amar noite e dia

Estrelas em serenata
os dois deitados na areia
em um sonho de mãos dadas

Eu serei o seu pirata
e você minha sereia
de doces madeixas douradas

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

As quadras d'Eu (Autobiografia)

Lucas C. Lisboa

Eu, garoto cefaléia,
lotado de rebeldia
para o mundo a panacéia
em poemas escrevia

do som puro de idéia
é orfã minha poesia
num choro de Medéia
em metro e melancolia

na redondilha plebéia
sou o bobo que a corte ria
tal hienas na alcatéia
ou cio da gata que mia

hoje viajo na boléia
dos trilhos em sinfonia
levando luz à miséria
com poética vadia

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Poesia de Viagem

Lucas C. Lisboa

Sr. Motorista
alegre seu dia
e pare na pista
dê carona a poesia!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Todas as quintas

Lucas C. Lisboa

Brincava como moleque
e de muita piada pronta
ria co'a face e coração
na mesa a noite inteira

Compartilhava do Domecq
que passava de mão em mão
como procissão de santa
até a gota derradeira

A turma era sua catarse
mas de todos foi primeiro
pedindo a parcial da conta
dessa vida injusta e tonta

O câncer em sua metástase
leva embora o companheiro
de todas as quintas-feiras
no mesmo bar e cadeira

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Lançamento do livro - Faltam 27 dias!

Olá!

Venho agradecer a contribuição e apoio de todos que me ajudaram com o projeto de lançamento de meu livro: Sobre Máscaras e Espelhos. Consegui arrecadar os fundos necessários para o lançamento e já tenho a data do evento aqui em Belo Horizonte : 07 de outubro.

Entretanto, o projeto arrecadou 2/3 do valor pretendido e como restam ainda 27 dias para o encerramento do periodo de doações pela lei rouanet (31 de agosto) venho aqui novamente divulgar como podem contribuir para que também seja realizado o lançamento na cidade do rio de janeiro e que seja possível lançar em conjunto a versão em áudio para deficientes visuais e uma reformulação do site para que todo conteúdo se torne mais acessivel.

Levar a poesia para todos é um de meus objetivos e sinto que o projeto só se realiza com e para todos. A acessibilidade foi o que motivou a levar a poesia para dentro dos vagões do metrô, levando a arte até quem há muito não tinha o prazer literário e é o que me motiva a querer a versão em áudio de meu livro para que esteja cada vez mais ao alcance de todos a literatura.

Agradeço a atenção e abaixo segue o projeto e como pode ajudar a tornar esse sonho uma realidade.

Obrigado

Lucas C. Lisboa

O que é o projeto “Sobre Máscaras e Espelhos”?

O projeto trata da publicação e da divulgação do livro "Sobre máscaras e espelhos". O livro é um compilado de sonetos e contos que o autor publicou por vários anos no site www.srpersonna.blogspot.com. O texto é fruto de um projeto experimental que pretende, através do resgate histórico das características do simbolismo e do parnasianismo, encontrar novas maneiras de abordar angustias e temáticas contemporâneas. O resultado dessa experiência é um texto denso, rico e de alto valor histórico-literário, uma vez que resgata as características e valoriza a memória de uma época importante e pouco lembrada da literatura brasileira.

O que é um investidor cultural?

Investidor cultural é aquela pessoa que destina parte do seu imposto de renda para projetos culturais.

Quanto eu posso deduzir do valor investido no projeto?

O projeto “Sobre Máscaras e Espelhos” foi aprovado na Lei Rounaet no artigo 18. Isso significa que qualquer doação que você realizar para o projeto permitirá 100% de dedução no IR.

Como eu posso investir no projeto?

Para investir no projeto ou tirar qualquer dúvida basta entrar em contato com os responsáveis pelo projeto:
Luciana - lucianaacoelho@yahoo.com.br / 31 8334-2666
Lucas Lisboa – lucasc.lisboa@gmail.com / 31 9874-2347 ou  21 8391-7732
Para mais informações do projeto ou para acompanhá-lo, acesse o site no Ministério da  Cultura: www.cultura.gov.br

Dados para depósito
Banco do Brasil
Agência 33685
Conta 426261

O que é a Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura)?

A Lei Rouanet criou o PRONAC – Programa Nacional de Apoio a cultura, que tem como finalidade obter recursos para a área de cultura através de renuncia fiscal. Tanto empresas quanto pessoas físicas podem deduzir imposto através dessa lei. Nessa cartilha nós vamos tratar apenas das deduções realizadas por pessoas físicas. A Lei Rouanet é uma ótima oportunidade de definir como parte do dinheiro que você paga ao governo é utilizado.

Como me tornar um investidor cultural?

É muito fácil investir em cultura. Primeiro é preciso encontrar um projeto cultural que tenha sido aprovado na Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura). Depois você decide quanto quer investir no projeto. Então é a hora de contatar o responsável pelo projeto e fazer o depósito na conta bancária do projeto. Lembre-se de pedir e guardar o recibo da doação. Quando você for fazer a declaração de IR basta lançar os dados do investimento cultural e você poderá abater uma parte ou a totalidade do valor investido.

Como saber quanto eu posso abater do IR?

Primeiro você precisa verificar em qual artigo o projeto que você escolheu está incluído. Projetos incluídos no artigo 18 permite 100% de abatimento e projetos incluídos no artigo 26 apenas 80%. Isso acontece porque o ministério da cultura privilegia o investimento em algumas áreas como literatura e artes cênicas. Outro coisa importante: você só pode abater até 6% do imposto devido. Qualquer valor acima desse teto não poderá ser abatido do IR. Entram também nesse teto doações feitas ao Fundo da criança e através da Lei de incentivo ao esporte. Veja abaixo como calcular esse valor, a seta vermelha indica quanto imposto você deve ao fisco. Use esse valor para calcular quanto você pode investir em cultura, ou seja até 6% desse valor.  Na sua declaração de imposto de 2010 uma estimativa desse valor. Se você não tem os valores da sua declaração de 2010, faça uma simulação com a sua estimativa de rendimento de 2011.




Abra o programa de declaração da Receita Federal; vá em “cálculo de imposto” (em azul, com seta vermelha). Verifique o valor no campo “Imposto” (assinalado em vermelho). Você pode deduzir até 6% desse valor. No caso, até: R$ 950,52

É burocrático e complicado lançar o abatimento no IR?

Não, na verdade é bem simples. A primeira coisa que você deve fazer é fazer sua declaração de IR pelo modelo completo. Quem utiliza o modelo simplificado não pode deduzir investimentos em cultura. Após fazer sua doação você recebe o recibo de mecenato. Lembre-se de guardá-lo. Para facilitar a emissão do recibo forneça ao empreendedor cultural os seguintes dados: CPF, endereço, CEP e telefone.

Os dados que você deve guardar são os que estão marcados em vermelho: O número de PRONAC que identifica o projeto e o CPF/CNPJ do proponente do projeto. Com o recibo em mão você pode lançar a sua doação na declaração de imposto de 2011.



Como eu declaro o pagamento realizado ao projeto?

Vá no item “Pagamentos e Doações Efetuados” (seta vermelha); inclua um novo item; utilize o código 41 “Incentivo a cultura”. Coloque como nome o número de PRONAC do projeto e o CPF do proponente. Indique o valor doado e no campo “parcela não dedutível” deixe 0, pois projetos aprovados no artigo 18 permitem 100% de dedução.


Como eu vou receber o valor abatido do IR?

Você recebe o valor investido em cultura de volta na mesma data em que receber a restituição do seu IR ou for pagar o IR. A doação para projetos culturais é vantajosa tanto para quem tem imposto a pagar quanto para quem tem restituição a receber. Veja como fica a declaração em ambos os casos:

Imposto a pagar sem contribuição a cultura:


Imposto a pagar com contribuição a cultura:


Observe que no primeiro caso o saldo a pagar era de R$ 672,92 e que no segundo, devido a doação, caiu para R$ 172,92.

Veja agora um exemplo de imposto a restituir:

Restituição sem contribuição a cultura:

Restituição com contribuição a cultura:
Observe que no primeiro caso havia apenas R$ 152,08 a receber de restituição. Já no segundo havia R$ 652,08 para receber.

Quem é o autor do livro?

O autor é o jovem escritor mineiro Lucas Castro Lisboa, que atualmente cursa filosofia com foco em literatura na Universidade Federal de Minas Gerais. Antes disso ele concluiu 6 semestres de direito na Universidade federal de Ouro Preto. Desde 2003 que o autor mantém publicações regulares na internet. Ele participou como colaborador do blog “Poesia Formada” durante 3 anos e também manteve o blog “Poeta do Hediondo”. A partir de 2006, ele passou a escrever no blog “Sr. Personna, o que trazes para mim?”, que permanece ativo até hoje. O autor possui duas publicações em jornais: uma no jornal Mogi News (2007) e outra no jornal O Tempo (2007).  E também participa do Fórum Spell Brasil (poesia), e já participou de vários saraus como o Jus Noctis (2003-2008), Penumbra (2006-2008), FALE-UFMG (2007-2008) e FAFICH- UFMG (2007-2008).


Quais ações estão previstas no projeto?

No projeto estão previstas as seguintes ações:

Produção de 1400 exemplares do livro dos quais 770 serão doados para bibliotecas, centros de cultura e escolas públicas. O restante será destinado a vendas com preços populares.

Evento de lançamento do livro onde acontecerão performances teatrais baseadas em sonetos da obra.

Reformulação do site do autor, onde haverá além da publicação de poemas, textos voltados para literatura e linguística.

Disponibilização de uma versão em áudio do texto do livro, permitindo a inclusão social de deficientes visuais.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A fé da ciência

Lucas C. Lisboa

Qual é a linha tênue que separa a fé da ciência? Quando um conhecimento vira mero misticismo e deixa de ser a verdade para um povo? O método científico guarda em si muito do modus operandi da própria experiência mística.

Dizem que o que os distinguem é o dogmatismo. Quem diz isso decerto que não conhece os debates acalorados dos medievais sobre questões e minúncias teológicas, sobre formas lógicas e todo o rigo que pode chegar o estudo das verdades pré revolução científica.

Além disso, dizer que a própria ciência é livre dos perigos do dogmatismo é uma falácia sem tamanho. A comunidade científica é lenta como um estegossauro quando se trata de revoluções, de mudar seus paradigmas. Um cientista que diz que todos os cisnes são brancos, ao se deparar com um cisne negro, prefere batizá-lo de visne a mudar sua teoria a respeito da hegemonia do branco nos cisnes.

Antigamente aqueles que buscavam a verdade subiam aos montes, trajando mantos ornamentados, se entorpeciam com ervas e cânticos e de lá traziam as respostas do universo. 

Hoje aqueles que buscam a verdade se trancam em laboratórios, trajando jalecos brancos com o crachá do lado, se entorpecem com café e cálculos e de lá trazem as respostas do universo.

Se antes a fala do sarcedote era a lei divina, hoje quando o senhor de jaleco branco  diz sobre algo é a divina ciência que está proferindo seu veredicto que deve ser seguido à risca sob pena de incorrer na ignomia de seguir crenças "irracionais" da mesma forma que outrora eram condenados ao inferno quem adorasse falsos deuses.

O homem tem uma necessidade tão forte de se afirmar dentro de um paradigma, qualquer que seja ele, que se arroga no direito de cientificisar a  religião e imprimir de fé a ciência. Na nossa era tecno-científica os sarcedotes, portadores da verdade, usam jaleco branco.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Aos leitores adormecidos nos trilhos

Lucas C. Lisboa

Dentro do vagão seguem assentadas
umas dezenas de almas entediadas
Eu, poeta, resgato tais leitores
com meus versos de riso humor e amores

Eu deixo novamente se encantadas
com as letras de minhas mil rimadas
e são pessoas que esquecem das suas dores
com poemas de tantas belas cores

Vejo a imaginação viajar de quem
não lia nada que não fosse colégio
ou faculdade que mandasse ler

Se me pagam com cobre ou vintém
digo que muito mais me vale o régio
prazer duma leitura reacender

terça-feira, 12 de julho de 2011

Poeta sobre trilhos

Lucas C. Lisboa

Ela diz que sou vadio
por viver de poesia
sequer respondo só rio
por ser tudo q'eu queria

terça-feira, 5 de julho de 2011

Análise Literária do Poema de Sete Faces de Carlos Drummond de Andrade

Lucas C. Lisboa

O “Poema de Sete faces” de Carlos Drummond de Andrade foi publicado pela primeira em seu primeiro livro “Alguma Poesia” de 1930. É um poema composto de sete estrofes, faces. Que mostram um aspecto da percepção de mundo do autor. Passeia por diversos temas como quem está em um bar vendo a vida passar e comentando do que vê, pensa e sente. É um poema em verso livre mas que possui uma unidade ritimica ditada pela cadência da oralidade. Tem em sua maioria versos brancos e a rima quando ocorre não é acidental ou formal mas um elemento acessório ao conteúdo. Trata-se de um exemplar de estilo típico de sua obra onde mistura muita oralidade a eruditismos pinçados em pontos estratégicos para o entendimento do texto.

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

Em sua primeira estrofe o poeta se insere no poema e declara-se parte de um mundo torto. Carlos insere-se no poema ao dar seu próprio nome ao eu-lírico. E declara-se parte de um mundo torto quando o próprio anjo declara que ele e Carlos estão fadados a terem o mesmo destino pois ele anjo torto o declara fadado a seguir o caminho "gauche" na vida. Gauche, que em francês é aquilo que não é direito, o esquerdo e, por extensão, aquilo que é torto. Tal anjo torto vive na sombra, um anjo que foge do calor do sol dos trópicos, um anjo que traz consigo o sentimento de que o jeito mais fácil, mais simples mais cômodo é melhor que o jeito direito. A primeira estrofe é uma face de identificação de Carlos Drummond de Andrade com seu mundo, com sua realidade e sua brasilidade.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

Ampliado sua visão para fora do seu eu Carlos, observa a cidade onde até as árvores são testemunhas dos desejos humanos e como esses desejos tão intensos conseguem por fim até mesmo ao azul do céu. Afinal, a tarde teria um céu azul se não fossem as ganancias e cobiças humanas que enegrecem o céu com suas fumas de cigarros e carros pois um homem para conquistar uma mulher precisa ostentar-se precisa sujar o mundo e fazer-se brilhar para que sua corrida não seja em vão.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna meu Deus,
pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

Para além dos desejos dos homens há a coletividade, há a massificação de pessoas, transporte em massa, gente que perambula de um lado para o outro, gente brasileira de pernas de todas as cores. O comentário do poeta "Para que tanta perna meu Deus" é ambiguo e pode ser interpretado num porquê tanta variedade de cores e de etinias mas também em um sentido mais forte no porque de tantas massas. Mas é o coração que julga, coração que tem medo, que tem receios que pensa e julga o outro. Os olhos preceptores da razão apenas analisam, não há dúvidas para o mundo mecanizado da razão pela qual os operários, os trabalhadores de um transporte coletivo precisam se desloacar como uma massa pelo bonde.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás do óculos e do bigode.

Dentro da massa de pessoas o poeta elege um homem, entre tantos que passeiam pela rua este elege os óculos e o bigode como sua máscara, sua marca para enfrentar o quotidiano. Uma máscara reservada e simples que garante sua integridade e distancia do mundo.

Meu Deus, porque me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Carlos reclama a um Deus relapso que permite que seus soldados vivam à sombra que também o abandonou sabendo que ele era como todos os outros um fraco, com defeitos um torto. Remete ao existencialismo que coloca o homem como um deus que defeca, como um ser que apesar de potencialmente poder alcançar as estrelas é também fadado aos defeitos e desventuras de ser imperfeito e de viver num mundo do contingente e não do necessário.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.

Em sua penúltima estrofe Carlos traz para o poema o meta-poema para discutir a solução de seu mundo gauche, de anjos tortos, sem Deus, de tantas pernas coloridas e também de outras tantas máscaras que se fazem rostos. A face que Drummond mostra nesse verso é uma face ambigua onde confessa a incapacidade da rima, ou seja por metonímia a própria poesia, de dar uma solução ao mundo. Mas depois busca sua solução para vastidão do mesmo mundo dizendo que com seu coração seria capaz de dar conta desse mundo.

A primeira questão que sucita dessa estrofe é quanto a capacidade desse coração que, como foi visto anteriormente, é fraco, tem medos e incertezas, cheio de dúvidas. A outra questão que soa mais relevante é a dada solução, numa rima paupérrima Carlos aproxima o sentido de solução e coração num flagrante contraditório com a incapacidade da rima de ser uma solução como posto pela conjectura a respeito de seu nome ser Raimundo. Tal contradição não se soluciona, o coração tão frágil é incapaz de abarcar todo mundo como Carlos propõe a primeira vista, pois sua relação com o próprio poema com sua própria justificativa é falha num processo lógico-poético onde a rima é posta ao nada para depois aparecer com solução. Pois o poeta cai em um ciclo vicioso quando nega a importância dela para depois subrepticiamente usá-la como solução. Não é para menos que o poeta se embriaga em sua última estrofe.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo

Carlos traz seu leitor nesse momento a uma intimidade de quem confidencia um segredo, como se estivessem numa mesa de bar tão típica das minas gerais. Evocando a lua e o álcool, os maiores patronos da poesia romântica, se despede do poema culpando seu coração por todos os seus desabafos e desvarios anteriores. Abraçando o diabo como quem abraça o amigo bêbado depois da última saideira do botequim termina seu poema. Sim, o poeta se declara num estado de comoção do diabo, intensa. Um diabo num mundo onde os anjos são tortos e vivem nas sombras, se até os anjos o condenam à ser mais um tão torto quanto eles Carlos encontra nessa comoção, nesse romantismo uma solução para o vasto mundo que pretende caber em seu coração.

Morar sozinho é

ter uma geladeira
de gelo no isopor
e fazer comida
usando um ebulidor

domingo, 3 de julho de 2011

Villanelle de um Cardigã

Lucas C. Lisboa

Vou despir seu cardigã
na verdade vou rasgá-lo
em mil pedaços de lã

saiba que tenho um afã:
quero seu seio desnudá-lo
vou despir seu cardigã

Vou lhe jogar ao divã
e todo corpo amarrá-lo
em mil pedaços de lã

não lhe quero nada sã
será sonho o pesadelo
vou despir seu cardigã

do poente até a manhã
quero o desejo singelo
em mil pedaços de lã

é por isso que lhe falo
que juro e sequer vacilo
vou despir seu cardigã
em mil pedaços de lã

quarta-feira, 29 de junho de 2011

por você

Lucas C. Lisboa

faço do sono vigilia
de peninsula uma ilha
enxugo cubo de gelo
crio sonho de pesadelo

faço verso em redondilha
de limusine a brasília
eu lhe deixo nua em pelo
e do motel um castelo

eu só não lhe abro os mares
nem curo todos os males
que nasce dentro do peito

não deixo que a fome acabe
pois uma dorzinha cabe
dentro dum amor perfeito

terça-feira, 28 de junho de 2011

Villanelle de um Vadio

Lucas C. Lisboa

Não sou terreno baldio
com meu peito abandonado
por um coração vadio

Se tem a sede de um rio
pois tome muito cuidado
não sou terreno baldio

Apenas nunca sacio
o desejo apaixonado
por um coração vadio

Pela flor não lhe sorrio
em um gesto perfumado
não sou terreno baldio

que carente pelo frio
se apanha todo encantado
por um coração vadio

Me fiz de torto e errado
por um peito apedrejado
Não sou terreno baldio
por um coração vadio

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Prato Feito

Lucas C. Lisboa

Comi uma quentinha
na cantina da vizinha
uma marmita bem feita
que para fome é perfeita

Salsa, sal e cebolinha
arroz, feijão e farinha
o bife ninguém rejeita
e a gula se aproveita

comem todos os famintos
na cantina da vizinha
que é também deusa e rainha

dos vermes e platelmintos
que dão fome a quem caminha
pra cantina da vizinha

terça-feira, 14 de junho de 2011

Amor paralelo

Lucas C. Lisboa

Eu ia de bar em bar
nas retas ruas de BH
fui ate a magia que emana
de Ouro Preto e Mariana

Pensei mesmo em me alojar
em Caxias pra pouco ficar
Mas parti pra onde as esquinas
são de ruas paralelinas

Cheguei ao Rio de Janeiro
onde é sempre carnaval
desde março a fevereiro

Mas não foi surpresa tal
quando fiz um par mineiro
num amor de trilha igual

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Flerte de Espelhos

Lucas C. Lisboa

são loucuras sim
galanteios lhe trariam
direto pra mim

domingo, 5 de junho de 2011

Como publicar o livro do Sr. Personna?

O que é o projeto “Sobre Máscaras e Espelhos”?

O projeto trata da publicação e da divulgação do livro "Sobre máscaras e espelhos". O livro é um compilado de sonetos e contos que o autor publicou por vários anos no site www.srpersonna.blogspot.com. O texto é fruto de um projeto experimental que pretende, através do resgate histórico das características do simbolismo e do parnasianismo, encontrar novas maneiras de abordar angustias e temáticas contemporâneas. O resultado dessa experiência é um texto denso, rico e de alto valor histórico-literário, uma vez que resgata as características e valoriza a memória de uma época importante e pouco lembrada da literatura brasileira.

O que é um investidor cultural?

Investidor cultural é aquela pessoa que destina parte do seu imposto de renda para projetos culturais.

Quanto eu posso deduzir do valor investido no projeto?

O projeto “Sobre Máscaras e Espelhos” foi aprovado na Lei Rounaet no artigo 18. Isso significa que qualquer doação que você realizar para o projeto permitirá 100% de dedução no IR.

Como eu posso investir no projeto?

Para investir no projeto ou tirar qualquer dúvida basta entrar em contato com os responsáveis pelo projeto:
Luciana - lucianaacoelho@yahoo.com.br / 31 8334-2666
Lucas Lisboa – lucasc.lisboa@gmail.com / 31 9874-2347 ou  21 8391-7732
Para mais informações do projeto ou para acompanhá-lo, acesse o site no Ministério da  Cultura: www.cultura.gov.br

Dados para depósito
Banco do Brasil
Agência 33685
Conta 426261

O que é a Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura)?

A Lei Rouanet criou o PRONAC – Programa Nacional de Apoio a cultura, que tem como finalidade obter recursos para a área de cultura através de renuncia fiscal. Tanto empresas quanto pessoas físicas podem deduzir imposto através dessa lei. Nessa cartilha nós vamos tratar apenas das deduções realizadas por pessoas físicas. A Lei Rouanet é uma ótima oportunidade de definir como parte do dinheiro que você paga ao governo é utilizado.

Como me tornar um investidor cultural?

É muito fácil investir em cultura. Primeiro é preciso encontrar um projeto cultural que tenha sido aprovado na Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura). Depois você decide quanto quer investir no projeto. Então é a hora de contatar o responsável pelo projeto e fazer o depósito na conta bancária do projeto. Lembre-se de pedir e guardar o recibo da doação. Quando você for fazer a declaração de IR basta lançar os dados do investimento cultural e você poderá abater uma parte ou a totalidade do valor investido.

Como saber quanto eu posso abater do IR?

Primeiro você precisa verificar em qual artigo o projeto que você escolheu está incluído. Projetos incluídos no artigo 18 permite 100% de abatimento e projetos incluídos no artigo 26 apenas 80%. Isso acontece porque o ministério da cultura privilegia o investimento em algumas áreas como literatura e artes cênicas. Outro coisa importante: você só pode abater até 6% do imposto devido. Qualquer valor acima desse teto não poderá ser abatido do IR. Entram também nesse teto doações feitas ao Fundo da criança e através da Lei de incentivo ao esporte. Veja abaixo como calcular esse valor, a seta vermelha indica quanto imposto você deve ao fisco. Use esse valor para calcular quanto você pode investir em cultura, ou seja até 6% desse valor.  Na sua declaração de imposto de 2010 uma estimativa desse valor. Se você não tem os valores da sua declaração de 2010, faça uma simulação com a sua estimativa de rendimento de 2011.




Abra o programa de declaração da Receita Federal; vá em “cálculo de imposto” (em azul, com seta vermelha). Verifique o valor no campo “Imposto” (assinalado em vermelho). Você pode deduzir até 6% desse valor. No caso, até: R$ 950,52

É burocrático e complicado lançar o abatimento no IR?

Não, na verdade é bem simples. A primeira coisa que você deve fazer é fazer sua declaração de IR pelo modelo completo. Quem utiliza o modelo simplificado não pode deduzir investimentos em cultura. Após fazer sua doação você recebe o recibo de mecenato. Lembre-se de guardá-lo. Para facilitar a emissão do recibo forneça ao empreendedor cultural os seguintes dados: CPF, endereço, CEP e telefone.

Os dados que você deve guardar são os que estão marcados em vermelho: O número de PRONAC que identifica o projeto e o CPF/CNPJ do proponente do projeto. Com o recibo em mão você pode lançar a sua doação na declaração de imposto de 2011.



Como eu declaro o pagamento realizado ao projeto?

Vá no item “Pagamentos e Doações Efetuados” (seta vermelha); inclua um novo item; utilize o código 41 “Incentivo a cultura”. Coloque como nome o número de PRONAC do projeto e o CPF do proponente. Indique o valor doado e no campo “parcela não dedutível” deixe 0, pois projetos aprovados no artigo 18 permitem 100% de dedução.


Como eu vou receber o valor abatido do IR?

Você recebe o valor investido em cultura de volta na mesma data em que receber a restituição do seu IR ou for pagar o IR. A doação para projetos culturais é vantajosa tanto para quem tem imposto a pagar quanto para quem tem restituição a receber. Veja como fica a declaração em ambos os casos:

Imposto a pagar sem contribuição a cultura:


Imposto a pagar com contribuição a cultura:


Observe que no primeiro caso o saldo a pagar era de R$ 672,92 e que no segundo, devido a doação, caiu para R$ 172,92.

Veja agora um exemplo de imposto a restituir:

Restituição sem contribuição a cultura:

Restituição com contribuição a cultura:
Observe que no primeiro caso havia apenas R$ 152,08 a receber de restituição. Já no segundo havia R$ 652,08 para receber.

Quem é o autor do livro?

O autor é o jovem escritor mineiro Lucas Castro Lisboa, que atualmente cursa filosofia com foco em literatura na Universidade Federal de Minas Gerais. Antes disso ele concluiu 6 semestres de direito na Universidade federal de Ouro Preto. Desde 2003 que o autor mantém publicações regulares na internet. Ele participou como colaborador do blog “Poesia Formada” durante 3 anos e também manteve o blog “Poeta do Hediondo”. A partir de 2006, ele passou a escrever no blog “Sr. Personna, o que trazes para mim?”, que permanece ativo até hoje. O autor possui duas publicações em jornais: uma no jornal Mogi News (2007) e outra no jornal O Tempo (2007).  E também participa do Fórum Spell Brasil (poesia), e já participou de vários saraus como o Jus Noctis (2003-2008), Penumbra (2006-2008), FALE-UFMG (2007-2008) e FAFICH- UFMG (2007-2008).


Quais ações estão previstas no projeto?

No projeto estão previstas as seguintes ações:

Produção de 1400 exemplares do livro dos quais 770 serão doados para bibliotecas, centros de cultura e escolas públicas. O restante será destinado a vendas com preços populares.

Evento de lançamento do livro onde acontecerão performances teatrais baseadas em sonetos da obra.

Reformulação do site do autor, onde haverá além da publicação de poemas, textos voltados para literatura e linguística.

Disponibilização de uma versão em áudio do texto do livro, permitindo a inclusão social de deficientes visuais.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Poeta

Entro na alma alheia
sem pedir licença
são meus versos rudes
que marcam presença

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cruel

Lucas C. Lisboa

Corte o fio do novelo
no qual você me teceu
sonhos e que o pesadelo
de rubro sangue manchou

É do seu lábio o vermelho
que minha boca rasgou
quando ocorre o mau conselho
de quem o engano pregou

São gralhas de mau agouro
que tem veneno prum touro
mas como doçura de mel

Porque deixou se embalar
numa canção de ninar
na linha do carretel?

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Café da Manhã

Lucas C. Lisboa

Ela trouxe dedicada
café com gotas de leite
e também duas torradas
temperadas com azeite

Nada como uma mimada
pra que o humor endireite
depois da noite embalada
com toques de deleite

É bom dormir e acordar
co'a suavidade do ar
de sua carícia e beijos

Mas devo me levantar
com vontade de ficar
para mais tantos desejos

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Palmas e bis

Lucas C. Lisboa

O nosso amor algo tem
daqueles que pedem bis
em um longo vai e vem
tão forte quanto feliz

Não é o que mais convém
mas é o que sempre quis
e sei que você também
nos vemos e por um triz

Nosso coração não sai
pela boca mui apressado

Nosso dessejo não esvai
num verão apaixonado

e meu sonho que me distrai
é estar sempre ao seu lado

terça-feira, 24 de maio de 2011

No alto da grade: a gata

Lucas C. Lisboa


Chorosa miava a gata
porém eu sequer sabia
e muito menos eu via
de onde vinha a serenata

no alto da grade ingrata
ela miando sofria
desde o fim daquele dia
equilibrada em sua pata

De baixo lhe perguntei:
"um trato contigo farei
eu salvo da cilada tamanha

que se meteu sem perceber
sua parte é fácil de entender
lhe salvo mas não me arranha?"

domingo, 22 de maio de 2011

O Salvamento da Gatinha

Quinta eu banquei o herói de uma gatinha que miava no alto da grade do Campo de Santana quase em frente ao prédio do corpo de bombeiros que me lembra um palácio russo por sua imponência vermelha. Eu olhei para ela e disse: "Senhorita, vamos negociar isso. Eu lhe salvo mas você não me arranha viu?"

A salvei do alto da grade e a coloquei no chão. Segui sozinho e fui surpreendido pelos miados que me seguiam! Sim, a gatinha tinha se apaixonado, tentei ir mais rápido Mas ela me acompanhava! Foi me seguindo por toda a extensiva praça até que eu parei para ver qual era a delá e ela foi logo se enroscando nas minhas pernas.  

Confesso que se eu já estivesse morando em Sao Cristóvão ela tinha ganho um novo lar.  Peguei o ônibus para Caxias com muito pesar de deixar a gatinha pra trás. Acabei descendo no ponto errado porque estava pensando na gata e deixei passar a praça onde eu deveria descer.

No caminho  de volta para casa passei por três gatos sentados me observando. Muito estranho! Senti como se eles estivessem vigiando o meu caminho em retribuição à minha boa ação do dia.


Até tirei fotos de dois deles, o primeiro ficou pra trás porque a rua era muito muito deserta e eu não iria tirar a câmera no meio da rua e correr riscos. Segue a baixo as fotos do que estava na praça e do que estava dentro da estação de trem. Engraçado como eles estavam me encarando conforme eu caminhava.





sábado, 14 de maio de 2011

Diálogo salivar:

Lucas C. Lisboa

-a minha boca que fala
sente falta do seu falo
-o meu falo sente falta
da sua boca que me fala



sábado, 7 de maio de 2011

Minha Gatinha

Lucas C. Lisboa

Faz carinha de inocente
com essa boca pidona
vem querendo leite quente
dum jeito que até ronrona

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Enlaçado

Lucas C. Lisboa

me faz de querido
e tira sem pressa
que a cada pedido
lhe cai uma peça

diz no meu ouvido
vem e me confessa
sou seu pevertido
que a fome não cessa

me deixa atrevido
não prenda nem meça
sequer um gemido
parar? não me peça

me faz seu bandido
q'eu cumpro a promessa
de ser seu cativo
contente à beça

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Avaliação literária do Soneto Conto de Fadas de Florbela Espanca

Florbela d'Alma Espanca é uma poetisa do simbolismo português, nascida em Vila Viçosa no fim do século XIX. Ela enfrenta os novos ares da poesia modernista com um vigor sustentado por sua feminilidade, misticismo e oniricidade que permeiam todos os seus versos. Sonetista de raro refinamento, escreve de maneira tão íntima da linguagem, como se a própria lhe pertencesse, torcendo os símbolos, recriando as formas e inovando dentro de seu estilo aprendido em grandes mestres da técnica que vão de Luiz de Camões a Antero de Quental. 

Soror Saudade, epíteto que ganha do poeta Américo Durão, adota um estilo fora de seu tempo. Esse se particulariza entre tantos poetas que, ou abraçam o modernismo nascente ou marcam um posicionamento tradicionalista. Florbela, mulher, lança mão dos desejos mais profundos para servir de tema para sua forma. Dotada de uma lassidão inaudita em sua época, mesmo na boca dos homens, Florbela transforma-se em uma personagem de contos de fadas clássico, mostrando-se fantástica, mágica e sedutora. E ao se esmerar tanto pela forma quanto pelo conteúdo, cria obras de extrema força e visceralidade em certas fases para depois se contrabalançar em uma incrível leveza e doçura em outras.

Sua grande particularidade nasce de seu ser híbrido que se choca duplamente com sua época; por um lado sua temática vai contra os pudores, os recatos e a moral de sua sociedade onde era inimaginável que uma mulher pudesse ter desejos, pudesse ser ela a se apaixonar e até mesmo cortejar a pessoa amada. Do outro lado temos a corrente avassaladora do modernismo, com suas novas formas, novos engenhos e estratégias que Florbela vive em intenso convívio sem no entanto se afiliar. 

Florbela é uma artista sui generis em seu meio, não havendo nele qualquer outro talento que conciliasse tamanha transgressão temática com tamanho rigor e refino estilístico e formal. Atenta com a sonoridade de seus versos não deixa de cuidar dos detalhes que foram se perdendo com o modernismo. Não obstante o seu isolamento da vanguarda portuguesa tem como grandes apreciadores de sua obra poetas como Fernando Pessoa que lhe dedica um poema.

Em seu poema “Contos de Fadas” Florbela demonstra demosntra seu brilhantismo em uma declaração de amor única em forma, colocando-se num papel inesperado e transformando a si mesma numa personagem de sua obra usando de seu nome, de sua terra e de seus sonhos para declarar um amor por um alguém lhe é igual pois sofre dos mesmos males, deseja os mesmos desejos e é seu par dos contos de fadas.


“Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Com que sarei a minha própria dor.”


Em sua primeira estrofe há uma identificação entre o amado e quem ama. Pois sofrem de dores que se curam com a mesma cura. Se fazendo o próprio poema, que sai das mãos da poetisa, como panaceia para os males que sofrem. São os seus versos o próprio remédio para o sofrimento, os próprios versos que operam como palavras de encantamento, encanto tão forte que transformam a própria poetisa em personagem de seu poema conforme podemos ver em sua segunda estrofe.


“Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras de uma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...”


Na mesma estrofe Florbela se faz personagem e se faz fada de seu próprio poema. E como consequência apaga a linha formal que separa a poeta de seu eu-lírico. Presentifica-se em seu verso onde diz que traz no nome as letras de uma for e se faz fada ao simbolizar o próprio vento com seus olhos garços, pois nas lendas européias são as fadas as portadoras dos elementos da natureza havendo fadas portadoras da essência de cada um dos elementos. E sob a aura de fada que traz a cura continua presentificando em sua próxima estrofe.


Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é d'oiro, a onda que palpita.”


Nesse primeiro terceto o que há de mais belo e natural é ofertado pela fada ao seu amado. Para fazer parte da cura de seus males a fada com poderes mágicos trás de presente o astro adormecido e a placidez do manto crepuscular. Envolvendo-o com a riqueza do sol e a força do mar.

“Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A Princesa do conto: “Era uma vez...”

Florbela fecha o poema se tornando Princesa, Aquela da qual se tem prometida desde as primas estórias contadas ao leito de dormir. Ela se faz a mulher mais desejada e a mais sonhada. Uma mulher com direito a personificação indicada pelo “a” maiúsculo. Trata-se aqui de uma princesa em seu sentido pleno, idílico e perfeito e não somente uma princesa do mundo. É a própria personificação da realeza, a própria ideação da mulher que todo homem sonha.

A autora inicia seu soneto dando ao amado tudo que ele precisa e termina ofertando-lhe tudo que sonhara. O crescendo da narrativa em versos é claro e perceptível, em um retorno a poética clássica onde a poesia também tinha seu papel narrativo. Há uma estória sendo contada. Há personagens e há um misto com a realidade como se o poema pudesse operar uma fusão entre o mundo onírico e o profano real.

A poética de Florbela Espanca consegue conciliar elementos tão diversos e díspares em uma harmonia que é única. Torna-se um exemplo formidável do poder da Literatura como profissão do sublime. Florbela é personagem de sua própria obra e nesse processo torna o próprio leitor uno com sua obra, os símbolos, a linguagem a forma como conta sua estória torna seu poema parte de quem o lê.

Em um esmero só justificável por sua herança simbolista e parnasiana vemos Florbela compõe um soneto em versos que são ao mesmo tempo Heróicos e Sáficos. Os dois ritmos podem ser igualmente impressos ao poema e desde já permite duas leituras que se diferem de maneira sútil mas não menos importante. O verso sáfico é conhecido por suas propriedades melodiosas, por sua sedução e sua inigualável capacidade de falar dos sentimentos mais profundos, já o verso Heróico é conhecido por seu caráter épico, sua grandiosidade e força.  Ao fazer de seus versos Heróicos e Sáficos Florbela os torna cada um e todos juntos numa Epopéia a respeito do Amor.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Minhas nuvens egoístas

Lucas C. Lisboa

Um único cigarro, por leves tragadas
ato solitário do mais puro prazer
atiça a mente fazendo-me esquecer
e talvez até melhor que mulheres pagas

Ao passo d'umas felicidades sagradas
da fumaça, dos pulmões apenas lazer
causando o singelo poder d'um melhor ser
baforadas e velhas pontas apagadas

Roupas que dançam e desfilam do armário
as nuvens negras causam um gozo pequeno
alguns apenas tratam como um reles vilão..

Não hoje, ao meu caro leito solitário
rabisco displicente sob sonhos pequenos
como o tocar sôfrego de gélidas mãos...

domingo, 17 de abril de 2011

A boa moça e o boa pinta

Lucas C. Lisboa



essa menina de shorte
vermelho e bem cavadinho
ai ai meu deus me dê a sorte
de ver só mais um pouquinho

para com toda essa graça
que você me deixa sem
isso não é coisa que se faça
com solteira ou de alguém

lhe ver assim não é a morte
mas morrer aos pedacinho
de peixera não temo o corte
se eu provar do seu fundinho

é safado e não nega a raça
do tipo que não vale um vintem
não me dá sossego nem na praça
nem tenta que aqui não tem.

Se me toma por pouco porte
saiba que do santo sou vizinho
que só me faço de tão forte
por querer o seu carinho

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ela de corpo inteiro

Lucas C. Lisboa

Sua mão me fazia
carícia fiel
tão doce de dia
e a noite sem véu

Seu peito pedia
ao dedo um anel
que jamais perdia
seu brilho cruel

Sua pele luzia
a cor do broquel
de rosa vadia
laço de cinzel

Seu olhar bem via
linha e carretel
e que lhe cerzia
mentiras ao léu

Sua boca dizia
molhada de mel
me beija macia
e leva pro céu

terça-feira, 5 de abril de 2011

Torne-se um Investidor Cultural

O que é um investidor cultural?

Investidor cultural é aquela pessoa que destina parte do seu imposto de renda para projetos culturais.

Quanto eu posso deduzir do valor investido no projeto?

O projeto “Sobre Máscaras e Espelhos” foi aprovado na Lei Rounaet no artigo 18. Isso significa que qualquer doação que você realizar para o projeto permitirá 100% de dedução no IR.

Como eu posso investir no projeto?

Para investir no projeto ou tirar qualquer dúvida basta entrar em contato com os responsáveis pelo projeto:
Luciana - lucianaacoelho@yahoo.com.br / 31 8334-2666
Lucas Lisboa – lucasc.lisboa@gmail.com / 31 9874-2347 ou  21 8391-7732
Para mais informações do projeto ou para acompanhá-lo, acesse o site no Ministério da  Cultura: www.cultura.gov.br

Dados para depósito
Banco do Brasil
Agência 33685
Conta 426261

O que é a Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura)?

A Lei Rouanet criou o PRONAC – Programa Nacional de Apoio a cultura, que tem como finalidade obter recursos para a área de cultura através de renuncia fiscal. Tanto empresas quanto pessoas físicas podem deduzir imposto através dessa lei. Nessa cartilha nós vamos tratar apenas das deduções realizadas por pessoas físicas. A Lei Rouanet é uma ótima oportunidade de definir como parte do dinheiro que você paga ao governo é utilizado.

Como me tornar um investidor cultural?

É muito fácil investir em cultura. Primeiro é preciso encontrar um projeto cultural que tenha sido aprovado na Lei Rouanet (lei federal de incentivo a cultura). Depois você decide quanto quer investir no projeto. Então é a hora de contatar o responsável pelo projeto e fazer o depósito na conta bancária do projeto. Lembre-se de pedir e guardar o recibo da doação. Quando você for fazer a declaração de IR basta lançar os dados do investimento cultural e você poderá abater uma parte ou a totalidade do valor investido.

Como saber quanto eu posso abater do IR?

Primeiro você precisa verificar em qual artigo o projeto que você escolheu está incluído. Projetos incluídos no artigo 18 permite 100% de abatimento e projetos incluídos no artigo 26 apenas 80%. Isso acontece porque o ministério da cultura privilegia o investimento em algumas áreas como literatura e artes cênicas. Outro coisa importante: você só pode abater até 6% do imposto devido. Qualquer valor acima desse teto não poderá ser abatido do IR. Entram também nesse teto doações feitas ao Fundo da criança e através da Lei de incentivo ao esporte. Veja abaixo como calcular esse valor, a seta vermelha indica quanto imposto você deve ao fisco. Use esse valor para calcular quanto você pode investir em cultura, ou seja até 6% desse valor.  Na sua declaração de imposto de 2010 uma estimativa desse valor. Se você não tem os valores da sua declaração de 2010, faça uma simulação com a sua estimativa de rendimento de 2011.




Abra o programa de declaração da Receita Federal; vá em “cálculo de imposto” (em azul, com seta vermelha). Verifique o valor no campo “Imposto” (assinalado em vermelho). Você pode deduzir até 6% desse valor. No caso, até: R$ 950,52

É burocrático e complicado lançar o abatimento no IR?

Não, na verdade é bem simples. A primeira coisa que você deve fazer é fazer sua declaração de IR pelo modelo completo. Quem utiliza o modelo simplificado não pode deduzir investimentos em cultura. Após fazer sua doação você recebe o recibo de mecenato. Lembre-se de guardá-lo. Para facilitar a emissão do recibo forneça ao empreendedor cultural os seguintes dados: CPF, endereço, CEP e telefone.

Os dados que você deve guardar são os que estão marcados em vermelho: O número de PRONAC que identifica o projeto e o CPF/CNPJ do proponente do projeto. Com o recibo em mão você pode lançar a sua doação na declaração de imposto de 2011.



Como eu declaro o pagamento realizado ao projeto?

Vá no item “Pagamentos e Doações Efetuados” (seta vermelha); inclua um novo item; utilize o código 41 “Incentivo a cultura”. Coloque como nome o número de PRONAC do projeto e o CPF do proponente. Indique o valor doado e no campo “parcela não dedutível” deixe 0, pois projetos aprovados no artigo 18 permitem 100% de dedução.


Como eu vou receber o valor abatido do IR?

Você recebe o valor investido em cultura de volta na mesma data em que receber a restituição do seu IR ou for pagar o IR. A doação para projetos culturais é vantajosa tanto para quem tem imposto a pagar quanto para quem tem restituição a receber. Veja como fica a declaração em ambos os casos:


Imposto a pagar sem contribuição a cultura:


Imposto a pagar com contribuição a cultura:


Observe que no primeiro caso o saldo a pagar era de R$ 672,92 e que no segundo, devido a doação, caiu para R$ 172,92.

Veja agora um exemplo de imposto a restituir:

Restituição sem contribuição a cultura:

Restituição com contribuição a cultura:
Observe que no primeiro caso havia apenas R$ 152,08 a receber de restituição. Já no segundo havia R$ 652,08 para receber.

O que é o projeto “Sobre Máscaras e Espelhos”?

O projeto trata da publicação e da divulgação do livro "Sobre máscaras e espelhos". O livro é um compilado de sonetos e contos que o autor publicou por vários anos no site www.srpersonna.blogspot.com. O texto é fruto de um projeto experimental que pretende, através do resgate histórico das características do simbolismo e do parnasianismo, encontrar novas maneiras de abordar angustias e temáticas contemporâneas. O resultado dessa experiência é um texto denso, rico e de alto valor histórico-literário, uma vez que resgata as características e valoriza a memória de uma época importante e pouco lembrada da literatura brasileira.

Quem é o autor do livro?

O autor é o jovem escritor mineiro Lucas Castro Lisboa, que atualmente cursa filosofia com foco em literatura na Universidade Federal de Minas Gerais. Antes disso ele concluiu 6 semestres de direito na Universidade federal de Ouro Preto. Desde 2003 que o autor mantém publicações regulares na internet. Ele participou como colaborador do blog “Poesia Formada” durante 3 anos e também manteve o blog “Poeta do Hediondo”. A partir de 2006, ele passou a escrever no blog “Sr. Personna, o que trazes para mim?”, que permanece ativo até hoje. O autor possui duas publicações em jornais: uma no jornal Mogi News (2007) e outra no jornal O Tempo (2007).  E também participa do Fórum Spell Brasil (poesia), e já participou de vários saraus como o Jus Noctis (2003-2008), Penumbra (2006-2008), FALE-UFMG (2007-2008) e FAFICH- UFMG (2007-2008).


Quais ações estão previstas no projeto?

No projeto estão previstas as seguintes ações:

Produção de 1400 exemplares do livro dos quais 770 serão doados para bibliotecas, centros de cultura e escolas públicas. O restante será destinado a vendas com preços populares.

Evento de lançamento do livro onde acontecerão performances teatrais baseadas em sonetos da obra.

Reformulação do site do autor, onde haverá além da publicação de poemas, textos voltados para literatura e linguística.

Disponibilização de uma versão em áudio do texto do livro, permitindo a inclusão social de deficientes visuais.

sábado, 2 de abril de 2011

Em virtude da captação parcial dos recursos para a publicação de meu livro via lei rouanet selecionei alguns de meus poemas que entrarão no livro e coloquei no site: http://sobremascaraseespelhos.blogspot.com/
Caso sinta falta de algum poema naquela listagem entre em contato.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Delírio

eu queria escrever versos
suave em seu macio ventre
contendo dos mais perversos
desejos que me lhe adentre

terça-feira, 22 de março de 2011

Soneto Funk da Viznha

em casa to sozinha
querendo o vizinho
sou muito safadinha
e eu adoro seu melzinho

Bate na bundinha
e come meu cuzinho
goza na boquinha
mete com carinho

Vai me mete e me mete
mete mete e mete mais
quero me ver dizeno mais

Vai me mete e me mete
mete mete e mete mais
de caxias ate o cais!

domingo, 20 de março de 2011

Caso Bombril - Mulheres Evoluidas?

Pesquise no twitter, em outras redes sociais que há um ENORME contigente de mulheres que identificou sim essas propagandas como feministas.

Essa abordagem é típica da lógica de mercado que assimila correntes culturais/ideológicas que lhe questionam em alguma medida. Essa campanha da Bombril discursando em um feminismo faz tanto sentido quanto comprar uma camisa com a estampa do Che Guevara na C&A.

O grande problema dessa propaganda é que ela foi recepcionada por uma parcela do público como uma propaganda feminista. E a propaganda prega que a mulher é a rainha do lar e os homens são cães sarnentos que merecem o pior tratamento.

Se isso se torna a visão que as pessoas tem do feminismo tudo fica muito complicado para a luta pela igualdade dos gêneros. Quero ver que homem vai escutar uma feminista depois de saber que ela acha que ele é um cão sarnento!

Chamar de cachorro e ameaçar com um jornal é a figura mais caricata que tem, lembra da caricatura da mulher de bobs e com o rolo de macarrão na mão? Pois é, igualzinho. Essa propaganda é puro fomento da guerra dos sexos e se traveste de feminismo.

Eu prefiro acreditar que algo que promova uma guerra dos sexos NÃO seja feminismo, porque se for eu lanço minha descrença absoluta em qualquer resultado positivo das conquistas feministas.

O feminismo conseguiu sim importantes progressos para a sociedade, porém e por isso mesmo foi assimilada pela indústria cultural que a tornou um produto assimilável pelas marcas e pelo estado.

O machismo típico e a sociedade patriarcal padrão receberam o feminismo de butique em suas fileiras. São muitas as mulheres que se seduzem com essa proposta que não  é senão um machismo travestido de feminismo.

A luta feminista em defesa dos direitos das mulheres corre o risco de ser corroída em suas bases uma vez que as mulheres acabam comprando como feminismo uma ideologia que prega papeis sociais rígidos, que prega diferenças sociais. Ao estabelecer a mulher como a Rainha do Lar e o homem como o Rei fora dele a Bombril advoga contra os interesses feministas se chamando de feminista!

Essa propaganda ilustrou bem essa questão que já vinha me incomodando. De um feminismo muito preocupado na defesa e aquisição das mulheres e pouco preocupado em discutir e os papéis sexuais de nossa sociedade.

Acredito que é impossível para homens e mulheres se libertarem dos grilhões dos papeis sociais de nossa sociedade sozinhos. De nada adianta uma lei maria da penha, meramente coerciva e punitiva, se ainda a sociedade dá ao homem a responsabilidade de ser o provedor da casa.

A célebre frase "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades" pode ser invertida facilmente na mente de muitas pessoas. No momento em que você reforça a responsabilidade de cão guia, de macho alfa, de provedor de um homem ele vai querer também demarcar território

No momento onde a mulher só sai com o cara que lhe enche de presentes, busca de carro e paga o jantar o cara vai se sentir no direito de tratá-la como posse dele.

Enquanto for responsabilidade do homem realizar todo o processo de corte, ser a única parte interessada em sexo de uma relação ele vai ser a parte culpada de todos os crimes de assédio e abuso sexual.

Essa propaganda da Bombril veio para escancarar esse pseudo-feminismo que atravanca todo o processo de igualdade sexual e serve de linha guia para os movimentos que buscam a emancipação sexual de homens e mulheres perceberem que o inimigo não é tão simples e burro.

A guerra dos sexos é um inimigo de todos, não haverá paz, não haverá igualdade enquanto homens e mulheres não buscarem juntos sua emancipação.

sábado, 19 de março de 2011

Soneto do Funk

Vem cá comigo boneca
Vem cá comigo sem medo
eu quero ver a sua tcheca
conversar com o meu dedo

Vem que sei que tá na seca
pelo meu pau desde cedo
te vi rebolando na cerca
da pista lá do lajedo

Cansei de boneca inflável
vem que eu to inflamável
pego fogo por você

Quero mais é lhe comê
sem um caô, sem besteira
vamo fodê a tarde inteira

Quadras da Pavuna

É no bonde da pavuna
todo mundo toma uma
Toma uma com a gatinha
toma uma com a geral

É no bonde da pavuna
todo mundo toma uma
vai chegano nas gatinha
É lapada sem igual

É no bonde da pavuna
todo mundo toma uma
É lapada na rachinha
que tá molhada pro anal

É no bonde da pavuna
todo mundo toma uma
vai rebolando a putinha
rebolando na real