tenho seu controle exato
de lhe fazer abanar
seu rabo para me dar
Faz pose, fica de quatro
q'eu pego chego e lhe engato
o tapa de avermelhar
as nádegas em seu par
É minha caso se deite
ou levante de revés
com minhas ordens amando
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
eu sei que sente saudades
das piadas de minha boca
sei que tem as suas vontades
de matar sua sede louca
tenho essas calamidades
belas, sussurradas roucas
que renegam suas vaidades
e lhe dão as carnes poucas
dos amores não há razão
que chega lado a lado
com o peito apaixonado
moça que firme diz que não
mas que guarda meu retrato
na parede do seu quarto
Há pobres com seus milhões
e ricos que vivem de esmola
doutores tendo lições
com sabidos sem escola
Há machos bem grandalhões
mostrando como rebola
E moças com mais culhões
que deixam homens na sola
Pois nessa vida nessa terra
veja bem, nada parece
com o que realmente se é
Quando acerta que se erra
na clara luz que anoitece
na mais puro cabaré
Pois queria eu estar em Paraty
mas demasiado cedo é para mim
ir onde as pedras lembram-me de ti
dos dias felizes que agora, enfim,
me doem por ser verão curto no inverno
que hoje aqui me abraça como eterno
Eu sou tão viciado nisso
que mesmo no nosso chat
meu rimar eu não enguiço
numa salada de abacate
como quem pede socorro
mas é por muito orgulhoso
de pedir um gesto morno
pra paz d'eu desventuroso
como quem diz num sussurro
do amor que grita estrondoso
em seu coração escuro
que teme seu próprio gozo
meu pé esquerdo ainda dói
pelo pulo da janela
do meu quarto num domingo
tanta culpa me corrói
pela lambança e esparrela
que fiz com tudo que sinto
Sou, eu, verme inconformado
contrafeito querubim
d'arco e flecha despojado
maçã de gosto ruim
Mão perna e pé aprisionado
sob a pena de Aladim
de querer certo e errado
pelo não é pelo sim
Meu peito despedaçado
sem pó de pirim pim pim
tecido grosso rasgado
costurado com cetim
Deixo meu grito calado
quero ir embora de mim
não me quero nem assado
e muito menos assim
Deixo meu grito calado
quero ir embora de mim
não me quero nem assado
e muito menos assim
Então você anima
Fazer poema-repente
Um gole por rima
de fina aguardente
Não se subestima
a língua vidente
Que se desatina
no verso excelente
Vamos num clima
pra lá de excelente
Que não subestima
esse desejo latente
Parte masculina
que jaz eloquente
Parte feminina
faminta, saliente
com meus olhos tristes
e livreto leve
a poesia segue
entre tantos mestres
que são aprendizes
pra dias mais felizes
Ducha fria de manhã
pode espantar pesadelos?
Até que me revigora
mas não me faz esquecê-los
Lhe digo, não é cilada
ela quer tapa na cara
quer na goela esporrada
É tão pura e doce Lara
quando tá muito inspirada
cheia de sanha e tara
Lhe faço logo a charada
me diga com quanta vara
pica, pau ou caralhada
se satisfaz uma Sara
pois só goza com porrada
que começa e nunca para
Lhe digo, não é errada
quando ela repete, fala
quer muito mais pirocada
que tem muita fome a Clara
na cama nua depilada
geme, grita e escancara
Lhe faço logo a piada
sobre o que será que sara
depois duma chicotada
na bela bunda de Nara
fica roxa, avermelhada
que de quatro se prepara
Os meus versos desgraçados
não surgem dum elogio
duma alegria em seu cio
mas do choro derramado
Eu que jamais me sacio
tenho um peito carregado
de desejos afogados
nas lágrimas quando rio
Cada verso desalmado
é chuva no meu estio
mamilo que acaricio
num momento emprazerado
Sou errado, vil e vadio
um pedaço mal calculado
perverso desmascarado
que faz dos erros seu fetio
Do mais feio, torto ou errado
ganho um abraço macio
pois deles sou fogo e frio
sou príncipe dos celerados
Tem certas coisas
que não terminam
quando se acabam
Tem velharias
que ficam noivas
das agonias
tem os seus fins
no meio do começo
Maltratando os rins
Tem culpa de berço
erva no jardim
E salgado preço
Não sei se quero
conversar sério
um tema amargo
tomando trago
Não sei se devo
acordar cedo
depois da insônia
e da vergonha
Não sei se posso
por no pescoço
a mesma corda
que não me acorda
Não sei se dura
minha tortura
no mesmo prego
que bem me esfrego
Tapa, gemido, escarcéu
lembranças duma conquista.
Serão roxos o troféu
para uma boa masoquista?
Rio de Janeiro em festa
para meu aniversário
na janela pela fresta
vejo apenas o operário
pela chuva castigado
justo nesse feriado
Conserta o que os salafrários
que tão bem tem estragado
com seus régios honorários
e cargos comissionados
fazendo a gente de besta
de segunda até na sexta
Então anoitece sábado
e já não há quem resista
a dançar junto colado
patrão e empregado na pista
sem ver pompa ou salário
domingo é dia de baralho
Não me pergunte porquê
Recuse limitações
Venha vamos dar rolê
Nas rodas dos caminhões
Ducha molhando meu rosto
E a água que cai nos meus lábios
Não é salobra de mar
Mas dum copioso chorar
mais fora de hora e de lugar:
-Carne de soja em churrasco
-Retiro espiritual
na sexta de carnaval
De vida, de morte
de jornada breve
Com acaso, sorte
e meu peso leve
De fome, banquete
natural, urbano,
selva, palacete,
animal e humano
Sou chama sou brisa
pra tudo que me
refresca e atiça
Sou terra sou água
pra tudo que me
soterra e deságua
Nos enredos já se atira
nos medos sequer respira
pois me inspira seus segredos
quando pira em meus dedos
Pois se nós, reles mortais
ainda estamos em janeiro,
dezembro, junho ou mais
tristes por um ano inteiro
entre seus risos e ais
Ele bem tá em fevereiro
e vive seus carnavais
roda de samba e pandeiro
cariocando muito mais
que eu ou outro brasileiro
Pois se nós, reles mortais
vamos depois dum dia inteiro
contentes pros triviais
botecos de bom mineiro
dessas e doutras gerais
Ele, samba derradeiro
em tão doces festivais
pois no Rio de Janeiro
se carnavalece mais
de março até fevereiro
puxando papo
pedindo ixqueiro
numa ixquina
fazendo ixcola
ficando em paix
It's very good
I'ts very fun
We have a new mood
to eat bubble gum
It's very good
I'ts very fun
He is my favorite food
and my sauce is his cum
In the last afternoon
with kisses and bites
me and my husband
play hard in bedrom
and it sounds like
the best house band
Gorgogeando galante
a grande glande de Glad
se degladia co'a garganta
gulosa da gorda Glória
se golfando nos galopes
da grande glande de Glad
que ginga gostosamente
e goza grosso e gostoso
Seus pequenos pensamentos
Levemente filosóficos
Por si só já não fazem
Um belo ou denso poema
Eu acho tão engraçado quando poetas contemporâneos exaltam que seus versos não tem métrica ou rima.
Falam de um jeito como se isso fosse uma particularidade, um feito, algo que distinguisse sua poética das demais que o cercam, como se fosse algo muito diferente do que é feito hoje.
Mal percebem que o verso livre já virou arroz de festa, completamente hegemônico e dentro do manual da boa poesia contemporânea.
Meu caro poeta contemporâneo, você pode fazer seus versos livres à vontade, mas, por favor, não acredito que isso seja um feito revolucionário ou digno de ser exaltado.
Essa revolução já aconteceu no início do século passado e o monstro parnasiano que diz hoje combater tem tanto poder quanto os gigantes de Dom Quixote.
Eu não viveria no céu;
Gosto do cheiro da terra,
do suor de gente que erra,
acerta e faz escarceu.
Eu não viveria no céu;
Gosto do cheiro de vida
de cutucar a ferida.
Bolero lambada e créu!
Eu sou do tipo atrevido,
que nunca tá resolvido;
como sujeito normal.
Eu sou o que sou e posso
no que faço, vou e aposto
botando pimenta e sal
A volta do voto impresso
um baita dum retrocesso!
Quem for ficar de malgrado
Chama o melhor advogado...
Esse país cada dia
me da mais orgulho
Estamos pouco a pouco
Limpado todo o entulho
Deixados pelos ridículos
E sanguinários milícos.
Cada dia muito menos
gente passa fome
E mais gente pode ter
O seu sonhado iphone
E temos faculdades instaladas
nas cidades mais afastadas
Pouco em 12 anos
mas muito mais do que em 38
O Brasil volta a crescer
depois de 50 anos parado.
38 estragando e 12 consertando
o malfeito de tanto deputado.
Há uma estrela de esperança
Vermelha como o coração
Se você desistiu de nossas crianças
Eu ainda não.
Sim, eu sou de esquerda
pois o problema da fome
é muito mais importante
que o preço do seu iphone
Quero dedilhar meus dedos
quero-os em ti mergulhados
Nadando dum lado ao outro
em suas carnes envoltos
E sentir-me abocanhado
pouco a pouco cravado
pelos seus labios revoltos
provando-me mil gostos
De falo rijo te faço
esse poema devasso
tal uma canção perversa
Pois me inspira quando pira
quando arfa, goza, delira,
devora (ou vice e versa)
"Cinco sílabas poéticas"
Formam um verso de sete
sílabas poéticas contadas
Até a última das tônicas
Leve você em qualquer laje
versos sem assinatura
dum nome de d'douro traje
que apenas será loucura
Bote num museu de mármore
um penico na moldura
que cada macaco na árvore
em coro dirá:" arte pura"
Vai tenta arrisca petisca
de banquete a quem tem gula
faz sua arte visceral
Tome cuidado caro artista
que arte não cai bem com bula
e nem vem com manual
bem no pé do verso
sibila uma língua
que lânguida lambe
o metro e sua tônica
Em saliva imerso
o lábio à míngua
deixa que se game
na orgia polifônica
Baixinha de peitos grandes
dona dum bumbum durinho
Rebola assim aos galopes
que engole meu pau todinho
Me chupa do talo à glande
com fome e com carinho
Num tesão rude que range
quando lhe dedo o rabinho
Pulsa e repulsa meu sangue
deixando meu pau durinho
Minha saliva vai longe
melando seu anelzinho
São meus dedos que lhe expande
aos poucos seu buraquinho
Até que se torne grande
pra que eu entre de mansinho
Seu doce gemido me unge
no papel de malvadinho
Que com vigor lhe inflige
um gozo pelo cuzinho
Não sou Pedro
Não sou pedra
A minha lavra
De mil palavras
É de poesia
Na minha igreja
Não tem pecado
Não tem culpa
E muito menos
A tal sacristia
Não sou senhor
Não sou escravo
Todos dias travo
Um doce trago
De melancolia
No meu terreiro
Na minha terra
Certo é quem erra
Quem de tão torto
Acerta a alegria
Um negro vestindo preto
faz papel de autoridade
à mando dum branco que
traja terno e faculdade
Me despetala em trapos, fitas, pétalas
de bem e mal me quer que mais me quer
que desdenha, destrata, mas me quer
como porta-bandeiras e abre-alas
Pois Eu me apego e até pago pra ver
dentro do porta-luvas levo as mágoas
e encho com alegria o porta-malas
sou da escola do samba e bem querer
Eu, Madame Baderna com prazer
tomo da tina e latrina de restos
essas babas e beijos dos amores
Eu sou essa Arlequina com as cores
que não se cabem nos pincéis modestos
desses caras sem cara pra bater