Publicação em destaque
Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
quarta-feira, 29 de setembro de 2021
Balada para um espelho
espelho
domingo, 19 de setembro de 2021
Triolé para Cecília
sábado, 28 de agosto de 2021
Em lá maior
sempre o velho do re mi
mas meu coração coloca
meus ouvidos só pra ti
eufônica de tão bela
minha menina Mirela
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
Rondó para Cecília
sábado, 21 de agosto de 2021
Sinal Fechado
sexta-feira, 20 de agosto de 2021
Bonjour, Happy hour
terça-feira, 3 de agosto de 2021
Micro conto em 140 caracteres
quinta-feira, 29 de julho de 2021
porquê a verdade não vence a mentira
domingo, 11 de julho de 2021
Terra dos Troncos de Fogo
Os Primeiros foram aqueles que nunca vieram pois sempre estiveram em suas moradas entre árvores, em seu respeito pela floresta que tudo lhes dava e nada cobrava. Depois vieram os Orgulhosos das terras além-mar, cobiçando a água, a terra e até o ar. sangrando o solo com seus arados, cortado as matas com seus machados, ferindo as montanhas pelos cobiçados tesouros dentro delas guardados.
Os Primeiros receberam os Orgulhosos pois as terras eram vastas, muito mas vastas do que tudo que precisavam. Mas não vastas o bastante para a cobiça dos Orgulhosos cuja avidez era mais forte e mais intensa, sua ganância imensa era sua força e por ela mataram, expulsaram e escravizaram os Primeiros. Os Orgulhosos, por terem seus braços menores que sua cobiça, trouxeram escravizados um povo forte, de fé e de suas terras distantes apartados.
Os Resolutos e os Primeiros foram forçados a construir todo o reino dos Orgulhosos, suas cidades, suas fazendas, suas Igrejas, não há sequer uma pedra colocada no calçamentos de suas ruas que não tenha sido feita por eles. Mas os belos povos não entregaram sua alma aos orgulhosos e nem rejeitaram seus próprios deuses, confidentes uns dos outros aguardaram por eras por um momento.
E o momento foi do Cataclisma que despertou na terra e no mar todas as criaturas que se ocultavam desde antes dos Primeiros. Caminharam pela terra todos os deuses e nos mares foram engolidos todo navio longe do porto, e cada embarcação que ousasse cruzar o oceano.
Os rios viraram sangue durante o Cataclisma, sem as armas vindas de além-mar os Orgulhosos foram enfim enfrentados. Os Primeiros reconquistaram suas terras longe da costa. Os Resolutos quebraram seus grilhões e expulsaram das Terras do Norte Oriental os Orgulhosos.
Após o Cataclisma, nada mais voltou a ser como antes. Não há mais qualquer contato com os reinos distantes, o Oceano de Atlas é intransponível e mesmo o mar além das montanhas do Ocidente é perigoso.
As guerras foram de séculos mas um mestiço de sangue Orgulhoso, Resoluto e Primeiro ascendeu ao trono esquecido e com sua maestria convenceu cada rei a depor suas armas. Sem mais sangue, sem mais guerras até o Rei das Terras de Prata reconheceu o Rei Mestiço como seu imperador e assim a paz reinou por mil anos.
Porém durante o reinado da Rainha Delmora filha do amado Rei Ludovico surge Iahire, um guerreiro Orgulhoso da linhagem real, se ressentiu por ser preterido como herdeiro ao trono Imperial. Ele se alimentou pela ganância de seus antepassados e tramou junto a Guarda Real, os Clérigos da Cruz e os Barões de Terras sua própria ascenção. Para seu itual profano sequestrou os primogênitos dos Reinos de Prata, do Sul Oriental, do Norte Oriental e do Ocidente. E sacrificando-os absorveu sua linhagem e foi proclamado por seus seguidores como a restauração do Rei Mestiço.
Com seu trono contestado, Delmora acabou enredada por uma rede de intrigas e golpeada por seu outrora fiel conselheiro Temerius. Ele manipulou todo o conselho real para declarar que a rainha havia enlouquecido, Delmora foi então enviada a um Sanatório e Temerius foi nomeado tutor dos príncipes Villelmus e Immanuelina e assim governou com uma junta de conselheiros fantoches por 5 anos todo Império do Tronco de Fogo
Os Clérigos da Cruz, contrários a Temérius, por ele pertencer a um culto ligado ao antigo culto a Adonai, e os Barões de Terra, por ele ser ligado a Liga do Vapor, incitaram com fiés e ouro a ascensão de Iahire ao trono. Iahire nesse momento já havia aprisionado dentro de si muito mais almas através de rituais profanos e seu poder era temido. Temerius não era páreo para enfrentá-lo e o ofereceu seu lugar sem enfrentamento em troca de permanecer como conselheiro real.
Iahire no primeiro momento era apenas tutor dos filhos da Rainha porém soldados ainda leais a Rainha descobriram um plano de morte para o príncipe e a princesa elaborado pela própria Guarda Real. Num plano ousado conseguiram resgata-los do Castelo Vermelho. Porém isso apenas deu mais poder a Iahire que se outorgou plenos poderes e dissolveu o conselho em nome de uma caçada aos supostos sequestradores da familia real.
Três décadas se passaram, os Reinos agora são governados por nobres Orgulhosos nomeados pelo próprio Iahire que governa todo o Império com terror. Há canções clandestinas clamando pela volta dos príncipes. Há bandoleiros mestiços percorrendo as fronteiras dos reinos. A liga do Vapor está cada vez mais decadente, seus trens, suas ferrovias e suas fábricas minguam enquanto os Barões das Terras, Guarda Real e Clérigos da Cruz ganham terreno, poder e influência cada vez maiores.
quarta-feira, 7 de julho de 2021
Atenção
sábado, 26 de junho de 2021
Dentre trilhas
sexta-feira, 25 de junho de 2021
Marina Mares de Morros
Galanteio
serão seus olhos, sua barba o meu novelo
que desfio elogios que desafio o firmamento
e escrevo letras lindas a todo momento
Miro em sua voz, óculos e cabelos
e acerto sonhos lindos e sinceros
vagando em ti e em mim como se fosse vento
que varre em versejar e no proseamento
Lhe conto histórias, as mais felizes que tenho
ilustrando seu coração com meu engenho
e meus planos de alcançar o céu de sua boca
Porque seu núbio empenho é belo, sincero
que como bom espectador vejo e desvelo
um conto de princesas e rainha louca
A uma musa
A Debora Freire de Lima
é meu verso, minha rima
das letras é minha musa
que de tão perfeita abusa
Do meu sonho, minha estima
dos deuses uma obra prima
que nos meus olhos repousa
pois sua maravilha ousa
Ser mais brilhante que o sol
e bem mais bela que a lua
tão intensa quanto as marés
lhe sigo tal girassol
um nenúfar que flutua
pelas águas aos seus pés
quarta-feira, 16 de junho de 2021
Oralidade e Escrita
A leitura silenciosa que estamos acostumados a fazer é um fenômeno recente para as artes literárias. Até o advento da imprensa a leitura era uma atividade que envolvia a fala. Poderia ser através de murmúrios que acompanhavam as linhas do texto ou como Platão que ,lia a plenos pulmões. A oralidade tão marcante nos textos antigos também pode ser vista pela hegemonia dos versos em detrimento da prosa.
O verso é por excelência oral, foi através da oralidade que surgiram as primeiras versões da Ilíada e da Odisseia. Foi pelo caráter mnemônico que os primeiros aedos registravam na memória os milhares de versos que compõe essas epopéias numa época em que a cultura helênica ainda era ágrafa. O papel da escrita começa como mero registro para só muito tempo depois adquirir um estilo próprio, o fluxo de pensamento, o ritmo de leitura através da concatenação de ideias é um fenômeno muito mais recente que o fluxo ritmico causado pelas sílabas poéticas, pela alternância de sílabas longas e breves do grego ou das sílabas átonas e tônicas do português.
O período da hegemonia dos versos é também o período marcado pelas grandes epopéias. Além das gregas temos a romana "Eneida" e a suméria "Gilgamesh", ainda na antiguidade clássica. No medievo temos a inglesa "Beowulf" , a germânica " Parzival" e a consolidadora do idioma italiano "A Divina Comédia". Com o advento do renascimento surgiram novas epopéias como "Os Lusíadas" e "Paraíso Perdido".
Porém conforme o fluxo mental, a prosa e a leitura silenciosa avançam, suplantando o veros, o ritmo e leitura em voz alta, a Epopéia também cede espaço para novos gêneros textuais o Romance e a Novela são frutos diretos da imprensa, eram, originalmente, publicados de maneira seriada em jornais. Onde cada capítulo vinha na edição do periódico vindo após as páginas de notícias tal qual ocorre até hoje quando as novelas se intercalam com os jornais na televisão.
O texto em prosa não é feito para ser lido em voz alta, seu fluxo mental não obedece o fôlego da oralidade. Se o cordel com suas redondilhas pode ser contado verso a verso pelo cantador ou o repentista pode improvisar toda uma história se segurando ritmicamente nas sete sílabas de seus versos o mesmo não pode ser feito ao ler Machado de Assis, José de Alencar ou Paulo Coelho. A prosa exige um fôlego que apenas a mente consegue acompanhar, a lingua, o pulmão e a boca operam numa outra lógica. Porém apesar da hegemonia do fluxo mental imperar contemporaneamente e a poesia moderna abdicar do ritmo natural ou formal há casos onde autores subvertem a lógica da prosa silenciosa e resgatando a oralidade nos trazem uma nova poética, agora em prosa como podemos ver em Clarisse Lispector e, principalmente em Guimarães Rosa.
Grande Sertão: Veredas é profundamente calcado na oralidade, no falar do sertão. Sua leitura silenciosa atropela nuances que apenas a oralidade é capaz de captar. É uma 'epopéia contemporânea" num mundo o silêncio da prosa tradicional é hegemônica. Resgata toda a cadência, todo o ritmo da versificação que mesmo os nomes mais aclamados da poesia fizeram um laborioso trabalho de se distanciar.
A literatura oral, aquela mesma que Benjamin exalta em seu texto "O narrador" é o substrato mais profundo da comunicabilidade humana, é por ela que e transmite universos e realidades por gerações e como diria Marcuse: "a poesia torna possível o que já se tornou impossível na prosa da realidade. Pois é em versos que o homem diz das últimas e verdadeiras coisas."
quinta-feira, 10 de junho de 2021
Road Trip
domingo, 6 de junho de 2021
Metapoética
sábado, 5 de junho de 2021
Confessionário
quarta-feira, 26 de maio de 2021
sexta-feira, 21 de maio de 2021
Sinfonia
meu sexo bem lá
um sexo tão só
num sexo que ar fá
mais sexo pra mi
seu sexo de ré
só sexo sem dó
sábado, 15 de maio de 2021
Eu não queria te dizer
o meu pé de vento
serve de sustento
pruma flor astral
São rosas de vidro
que contra meu peito
quebram e me cortam
com amor e doçura
Gotas de meu sangue
mancham minha blusa
branca de algodão
que a fome recusa
Sexo na varanda
e macarronada
Beijos pra torcida
e fim da estrada
sexta-feira, 14 de maio de 2021
Cachimbo D'água
segunda-feira, 26 de abril de 2021
excrementíssimo senhor
quarta-feira, 7 de abril de 2021
sábado, 3 de abril de 2021
sexta-feira, 2 de abril de 2021
quarta-feira, 31 de março de 2021
Minha doce Pêra
A pêra queixosa fica pelos cantos
seu amor lhe usa só de vez em quando
sonha com as velas, as cordas e tantos
os prazeres que fica salivando
É faminta mulher cheia de encantos
é latifúndio pra ser invadido
com desejos cruéis que causa espantos
aos homens muito aquém do desejado
Diga os seus mais profundos dos anseios
suas vontades submissas, masoquistas
e tão, tão pervertidas que me soam
tal canção de ninar nos doces seios
duma devassidão das mais narcisistas
que das marcas sorri por mais que doam
Prum poema apaixonado
bem medido bem contado
de modo que não esqueço
prum poema apaixonado
Minha frente meu avesso
nos dedos escancionado
em lirismo todo imerso
prum poema apaixonado
Leio, releio, converso
que é tesouro lapidado
com seu brilho mais intenso
prum poema apaixonado
São palavras ao acaso
como quando jogo um dado
que abole o gosto e o senso
prum poema apaixonado
quinta-feira, 25 de março de 2021
Dúbios Deleites
domingo, 14 de março de 2021
Gabriela,
domingo, 7 de março de 2021
Victória
Miau
sexta-feira, 5 de março de 2021
Minha cobiça
quarta-feira, 3 de março de 2021
Cecília
vocabulário
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
Sade e a efemeridade:
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
Trova Quarenta e sete pra meia noite
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Lentamente
terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
Valiosa
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Foi sério mesmo
você me tirou
do duo do spotify
apagou meu avatar
na conta da netflix
mudou a senha do wifi
tudo para eu não voltar
a contracenar contigo
cenas que nem no reddit
xnxx, pornhub ou redtube
encontrará tanto prazer
tanto orgasmo e satisfação
Juntos somos melhores
que qualquer sessão
profissional ou amadora
Nossos gemidos
a melhor trilha sonora
que não vai encontrar
nem na amazon music
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021
Camilla
sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
Tautolorgia
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
Narcisa
sábado, 14 de novembro de 2020
Passeio
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Pois nada é tão humano
que não se possa acertar!
Pois nada é tão sagrado,
que não se possa gozar!
Pois nada é tão acertado,
que não se possa errar!
Pois nada é tão gozado,
que não se possa rezar!
Mimada
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Bom dia!
domingo, 27 de setembro de 2020
Lambendo os lábios
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
Dia perfeito
segunda-feira, 20 de julho de 2020
Poema Financista
quinta-feira, 16 de julho de 2020
Não é sequer poesia muito menos soneto
terça-feira, 7 de julho de 2020
Anotações sobre o caráter econômico da Narrativa
segunda-feira, 29 de junho de 2020
Trovador Romântico
sexta-feira, 19 de junho de 2020
terça-feira, 9 de junho de 2020
O efeito pedagógico da eleição de Bolsonaro.
segunda-feira, 25 de maio de 2020
Descontrole
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Tá achando que esquerda é bagunça?
quarta-feira, 20 de maio de 2020
O que diria Fedro?
sábado, 2 de maio de 2020
Era como se fosse Domingo
sexta-feira, 6 de março de 2020
Porquê o mineiro se encanta ao ver o mar
quarta-feira, 4 de março de 2020
Paz(tiche)
e já aceito bem
meu vício é ver
um ser qualquer
transpirando
ao talhar a pedra,
ou numa pintura,
fazendo seu verso,
no seu gozo,
numa laje
vira massa,
vira terra,
numa horta,
num pomar,
num jardim,
no canteiro
central da
autopista
numa máquina,
numa troca
de pessoa
ao volante,
que se joga
pro seu canto
reza forte
para Bara
erra o tiro
mas o berro
da polícia
tá chegando;
Minha musa
tão safada
vê beleza
nisso tudo,
bebo um gole
de não sei
também sou
caprichoso
indolente
com meus versos
pasticheando
num sadeano
prazer métrico.
domingo, 16 de fevereiro de 2020
Poliana polivalente
De saco cheio: Poema x Poesia
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
A RABA DA BUNDA
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020
Metafísica
sábado, 25 de janeiro de 2020
quinta-feira, 9 de janeiro de 2020
Dissoneto
sábado, 30 de novembro de 2019
Djafu
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Das vaidades post mortem
quebrar o meu epitáfio
até foder com meu cadáver...
Mas, por obséquio, jamais
coloquem os seus poemas
piegas na minha boca!